- Depois deste jogo ficam a faltar quantos?
- 4 jogos, mister - responde Ederson a Rui Vitória.
- E temos quantos de vantagem do Porto?

E antes que o guarda-redes brasileiro pudesse responder, já Bas Dost estava no chão e Artur Soares Dias tinha assinalado penálti, após um lance em que Ederson foi lento de mais e facilitou perante o gigante holandês. Quando tentou corrigir o erro... piorou as coisas.

Aos 5 minutos do dérbi, Adrien, capitão dos verdes e brancos, corria para a bola e inaugurava o marcador e fechava, cedo, o placard das estatísticas dos leões no que a remates enquadrados com a baliza dizia respeito.

Com um golo madrugador, o jogo obrigava a que uma das equipas se abrisse mais e que a outra atuasse em contra-ataque. Previa-se um jogo de ataque, grande como se prevê em qualquer dérbi. Mas acabou por ser morno.

O Benfica, lento e previsível na construção de jogo, na ausência de um criativo nas costas de Mitroglou, não conseguia levar a bola até à área dos leões e, sempre que a tinha, parecia perdido em campo, sem saber bem por onde conduzir o seu jogo.

Já os leões corriam como o vento sobre as costas do jovem Gelson Martins, que entre velocidade, técnica e fintas de elevado gabarito, ia dando a volta a Grimaldo, lateral esquerdo do Benfica. Valeu aos encarnados o azar de Bas Dost. Inibido de uma ocasião clara de golo, o holandês sempre que teve a bola nos pés não a conseguiu receber em condições de bombardear a baliza de um guarda-redes a fazer uma exibição atípica.

O jogo era uma final para as águias, mas eram os leões que mostravam que eram eles que mandavam na sua própria casa. Bem defensivamente, com Coates a assumir a liderança da defesa, só a partir dos 40 minutos de jogo, já perto do intervalo, é que se viu um Benfica em crescendo e um Sporting a tornar-se mais sólido do que elétrico. O livre de Grimaldo que obrigou a uma difícil intervenção de Rui Patrício era o eco para o que viria a ser a segunda-parte.

As equipas iam para intervalo com um campeonato baralhado e a ‘final’ em risco.

Mas parecia que a liderança estava segura. Os pupilos de Rui Vitória entraram na segunda metade da partida com a mesma calma e displicência com que atuaram na primeira meia hora de jogo. Tal ficou visível pelos entendimentos, facilmente permitidos, entre Adrien e Gelson Martins, nos primeiros minutos do novo tempo, que deixaram a bola bem colocada para Dost finalizar. Mas, mais uma vez, o holandês nunca conseguiu dar o melhor seguimento à bola, em direção à baliza do Benfica.

Numa noite em que Ederson viveu assombrado pelo erro dos primeiros minutos, valeu ao brasileiro uma noite competente de Luisão e um jogo inspirado de Lindelöf que, logo depois da primeira ocasião de golo clara do Benfica, aos 60 minutos, com Mitroglou diante de Patrício a atirar fraco, fez o golo do empate aos 66 minutos, num livre cobrado de forma exímia.

Daí até aos 90 minutos nem pareceu que decorreu meia hora de jogo. Com os nervos à flor da pele, nenhuma das equipas conseguiu concretizar ou criar as ocasiões necessárias para marcar.

Rui Vitória, sabendo que o empate lhe garantia o primeiro posto independentemente do resultado do FC Porto, amanhã, no Estádio do Dragão, tirou um avançado, Mitroglou, para colocar um médio, Felipe Augusto. Uma substituição que resume bem os últimos minutos da partida.

E assim foi um dérbi em que os lances mais perigosos se fizeram de bola parada, em que o jogo se fez nas entrelinhas, e em que o campeão continua por anunciar. O Benfica continua a depender de si e o Sporting, em vez de virar as contas do campeonato, deu-lhes apenas um uma pequena ‘baralhadela’.

Seguimos, portanto, na incerteza de um campeonato com 4 jogos e 12 pontos por disputar.

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