Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021)
Edição por Abílio dos Reis
Otelo Saraiva de Carvalho, militar e estratego do 25 de Abril de 1974, morreu na madrugada deste domingo, no Hospital Militar, em Lisboa. Tinha 84 anos.
Foi o "mentor" do plano do Movimento das Forças das Forças Armadas (MFA) que culminou com o golpe militar que levou ao cerco do Largo do Carmo, em Lisboa, e ditou o fim da ditadura de Salazar e Marcelo Caetano.
Depois do 25 de Abril, assumiu a liderança do Comando Operacional do Continente (COPCON), durante o Processo Revolucionário em Curso (PREC), surgindo associado à chamada esquerda militar, mais radical, e foi candidato presidencial em 1976.
É uma figura incontornável. E muito se escreveu ontem sobre ele. Manuel Alegre diz que o "país deve-lhe a liberdade", Marcelo evocou o capitão "protagonista cimeiro" em momento histórico. Pode ler as reações à sua morte aqui.
Contudo, entre o louvor, há também a crítica e a recordação de outros tempos. Manuel Castelo-Branco, filho de uma das vítimas das Forças Populares 25 de Abril (FP-25), descreveu o dia da morte de Otelo Saraiva de Carvalho como "mais um dia de sofrimento", em que recordou a dor da morte do pai.
Na década de 1980, o seu nome surge associado às FP-25 — assumindo-se como "inconformista e temperamental" e disse ter bebido "até à última gota o cálice amargo da injustiça" do movimento. A organização armada, de resto, seria responsável por vários atentados e mais de uma dezena de mortos, tendo sido condenado, em 1986, a 15 anos de prisão por associação terrorista. Em 1991, recebeu um indulto, tendo sido amnistiado em 1996, num processo muito controverso.
O funeral de Otelo Saraiva de Carvalho realiza-se na quarta-feira, antecedido pelo velório, na véspera, na Igreja da Academia Militar, em Lisboa.
Não se perca nos Jogos Olímpicos
Na crista da onda. A surfista portuguesa Yolanda Sequeira Hopkins qualificou-se hoje para os quartos de final ao vencer a francesa Johanne Defay, atual segunda classificada do circuito mundial, na terceira ronda. Já a portuguesa Teresa Bonvalot, que foi a primeira mulher a surfar uma onda nos Jogos Olímpicos, foi esta madrugada eliminada na terceira ronda, ao perder frente à brasileira Silvana Lima, terminando a competição no nono lugar.
Também seguem em frente. No ténis de mesa, Marcos Freitas apurou-se para os oitavos de final do torneio de singulares, ao vencer por 4-3 o austríaco Daniel Habesohn, e Fu Yu apurou-se para a terceira ronda, ao vencer por 4-0 a indiana Sutirtha Mukherjee.
Acabou o sonho. Telma Monteiro foi hoje eliminada na segunda ronda da categoria de -57 kg ao perder com a polaca Julia Kowalczyk já no ‘golden score’, e ao somar o terceiro castigo com 9.31 minutos de combate. Aos 35 anos, e na sua quinta participação olímpica, aquela que é considerada a melhor judoca portuguesa de todos os tempos repete a classificação de Pequim2008, com um nono lugar, resultante de uma vitória e uma derrota na competição. Telma Monteiro ambicionava voltar a subir ao pódio, depois de ser bronze no Rio2016.
Os reis da piscina. O jovem tunisino Ahmed Hafnaoui, novo campeão olímpico dos 400 metros livres, foi a grande sensação do primeiro dia de finais da natação. Já a norte-americana Katie Ledecky, ‘rainha’ das piscinas no Rio2016, foi destronada pela australiana Ariarne Titmus. Caeleb Dressel venceu o primeiro ouro e quer ocupar o lugar deixado por Phelps.
O insólito. A ciclista holandesa Annemiek van Vleuten festejou a conquista da prova fundo de estrada, mas desconhecia que a austríaca Anna Kiesenhofer já tinha cortado a meta.
A história. A uzbeque Oksana Chusovitina, de 46 anos, despediu-se das competições olímpicas, 29 anos depois da estreia nos Jogos Barcelona92.
Não se perca. Este é calendário dos atletas portugueses em prova esta segunda-feira.
O açúcar faz-nos mal e é tão bom — vejamos a sua história em 10 palavras espalhadas pelo mundo. Continuar a ler