As medidas do novo confinamento decretado pelo Governo incluem a decisão de encerrar livrarias e proibir venda de livros em hipermercados.
Em resposta a esta paragem no setor, a Bertrand Editora "decidiu adiar a publicação de novos livros previstos a partir de 21 de janeiro, com retoma de lançamentos dependente do término deste período de recolhimento", lê-se num comunicado enviado às redações.
A Bertrand Editora é detentora das chancelas Bertrand, Quetzal, Temas e Debates, Pergaminho, Arte Plural, Gestão Plus, Contraponto, 11x17 e Verso da Kapa.
"À semelhança do que aconteceu entre março e maio de 2020, período em que a Bertrand Editora decidiu suspender o lançamento de novidades, a produção editorial continua a desenrolar-se, com o objetivo expresso de retomar de imediato a publicação de novos livros assim que o confinamento termine e o setor livreiro retome a sua atividade", refere a nota.
A lista de adiamentos é a que se segue:
11x17
- "O Labirinto de Ossos", de James Rollins
- "Este Foi um Homem", de Jeffrey Archer
- "Curar as Energias Negativas", de Anne Jones
Bertrand Editora
- "As Primeiras Imagens - Os animais da savana", com ilustrações de Genie Espinosa
- "Reféns das Próprias Emoções (Os Indesejados)", de João Carlos Melo
- "Incompleta", de Catherine Bybee
- "A Raposa", de Isabel Thomas e Daniel Egnéus
- "A Toupeirinha Tem Uma Surpresa", de Orianne Lallemand e Claire Frossard
- "Onde Está o Pedrito Coelho?", de Beatrix Potter.
- "Outra História, Outras Estórias: Crónicas do tempo que foge", de Adérito Tavares
- "O Jogo do Poder", de Danielle Steel
- "Subterrâneo", de James Rollins
- Nova edição revista e aumentada de "Mossad - Os Carrascos do Kidon", de Eric Frattini
- "Eu Não Sou Tua", de Mary Higgins Clark
Quetzal
- "Esteiros", de Soeiro Pereira Gomes
- "Adeus, Futuro", de Maria do Rosário Pedreira
- "Viver num Mundo Imprevisível", de Frédéric Lenoir
- "Civilizações", de Laurent Binet
- "O Aleph", de Jorge Luis Borges
- "Os Altruístas", de Andrew Ridker
Temas e Debates
- "Os Seis Segredos da Inteligência", de Craig Adams
- "Como Pensar Politicamente", de Graeme Garrard e James Bernard Murphy
- "A Ciência do Destino", de Hannah Critchlow
- "Mulheres na História do Mundo", Bonnie G. Smith
Contraponto
- "Ficheiros Secretos", de Luís Osório
- "Uma Longa Viagem com Vasco Pulido Valente", de João Céu e Silva
Pergaminho
- "O Médico Médium - A Cura da Tiroide", de Anthony William
- "Kiki e Jax", de Marie Kondo
- "A Arte de não Fazer Nada", de Celeste Headlee
O Grupo Almedina, por seu lado, vai manter o plano imediato de edições para janeiro. "Apesar do novo confinamento e das restrições que dele advêm, o Grupo Almedina irá continuar o seu trabalho na área da edição", referiu num comunicado por email, adiantando que em breve irá enviar as novidades de fevereiro.
Assim, tanto “O Terceiro Reich em Guerra (Vol.III)”, de Richard J.Evans, a sair pelas Edições 70, como "Os Meninos do Caminho de Ferro”, de E.Nesbit, editado pela Minotauro, têm edição programada para 28 de janeiro.
Já o Grupo Porto Editora vai manter as edições, ainda que tenha adaptado o seu calendário devido ao confinamento. O grupo realçou que "o agravamento da situação pandémica e o subsequente confinamento impôs a alteração do alinhamento editorial previsto para os primeiros meses" deste ano.
A Porto Editora advertiu que, "perante a evolução dos acontecimentos que se verificar nas próximas semanas, atualizará a informação em relação ao seu trabalho editorial".
"Como evitar um desastre climático", de Bill Gates, com a chancela da Ideias de Ler, sairá a 16 de fevereiro coincidindo com o previsto lançamento mundial.
"O livro de Bill Gates reflete o investimento que dedica, há mais de uma década, ao estudo das causas e dos efeitos das alterações climáticas. Para evitar as anunciadas catástrofes provocadas pelas intervenções humanas e pelas mudanças progressivas nos ciclos ambientais" esta obra "apresenta um plano prático, abrangente e ambicioso para eliminar as emissões de gases com efeito de estufa e atingir a desejada neutralidade carbónica", segundo a editora.
Outro destaque na área da não-ficção, a sair no final deste mês é "Burnout", de Emily e Amelia Nagosky, também pela Ideias de Ler.
As irmãs Emily e Amelia Nagosky, nesta obra, "identificam e, com base em evidência científica, explicam como quebrar o ciclo do stress da mulher e assim superar os obstáculos de um mundo em que têm continuam a ter muito mais a provar do que os homens".
Neste trimestre será ainda publicado o segundo volume das memórias do advogado João Afonso dos Santos, "O último dos colonos - Até ao cair da folha".
João Afonso dos Santos, atualmente a viver em Lisboa, foi presidente do Cineclube da Beira, em Moçambique, e do Auditório-Galeria de Arte nesta cidade. Dirigiu o jornal Notícias da Beira, após a instalação do Governo provisório de Moçambique, em 1974, e fez parte da Comissão de Descolonização de Moçambique (1974/1975).
"Trata-se de um testemunho extraordinário das últimas décadas do mundo colonial em Moçambique, profundamente documentado, narrando a história viva do dia a dia, a intervenção cultural e a luta constante contra a censura, os amigos, o trabalho como advogado, e o convívio fraternal com [o músico] Zeca Afonso, que viveria em Moçambique uma das fases mais marcantes da sua obra criadora", refere a Porto Editora.
Pela Livros do Brasil, outra chancela do grupo, será publicado "O Milagre de São Francisco", de John Steinbeck (1902-1968). Esta obra foi originalmente publicada em 1935, e "constituiu o primeiro grande êxito deste autor" norte-americano.
Este mês ainda, pela Ideias de Ler é publicado "Desobediência Civil", do norte-americano Henry David Thoreau (1817-1862).
Esta chancela publica em fevereiro "Meditações", de Marco Aurélio, que foi imperador de Roma de 161 até à sua morte no ano 180 em no campo militar de Vindobona, na Áustria.
Pelo Grupo Porto Editora está ainda previsto a publicação de "Desperte o seu poder xamânico", do xamã Durek, pela Albatroz, "Contos Espirituais do Tibete", de Ramiro Calle, também pela Albatroz, e "A Nova Era", de Inês Gaya.
De recordar que a ministra da Cultura avançou com um programa de apoio ao setor, criando algumas medidas específicas para o setor do livro.
Os apoios anunciados consistem num reforço do valor das bolsas de apoio à criação literária, de 90 mil euros (para um total de 270 mil), para contemplar 12 bolsas semestrais e 12 bolsas anuais (estas últimas foram reforçadas, já que no ano anterior eram apenas seis).
O Governo vai disponibilizar 300 mil euros para comprar livros a livrarias independentes e distribuir pelas bibliotecas públicas, uma medida já contemplada no anterior programa de apoio aos livreiros, agora reforçada em cem mil euros.
Além disso, será criada uma linha de apoio à edição para editoras portuguesas, também no valor de 300 mil euros, para comparticipar financeiramente o custo de edição de livros.
As medidas, porém, foram consideradas insuficientes tanto pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros como pela rede de Livrarias Independentes.
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