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Maria Isaac junta-se ao É Desta Que Leio Isto no próximo encontro, marcado para dia 30 de outubro, uma quinta-feira, pelas 21h00. Consigo traz "As histórias que nos matam", o seu mais recente livro, publicado pela Porto Editora.
Segundo a autora, a ideia para este livro "nasceu de uma inquietação antiga: a forma como as histórias, as que nos contam e as que contamos a nós próprios, moldam quem somos, e às vezes, nos destroem".
"Quis explorar esse limite entre a memória e a ficção, entre o que é vivido e o que é inventado para sobreviver", diz ao 24notícias.
Sobre a forma como a obra tem sido recebida, Maria Isaac fala numa "surpresa bonita". "Muitos leitores dizem que o livro os fez revisitar as suas próprias feridas, mas sem dramatismo. E tenho sido surpreendida pelas interpretações do final do livro, que na maioria das vezes são completamente distintas do que eu tinha em mente quando o escrevi".
"É um livro que lhes vai pedir silêncio, e talvez um pouco de coração para compreender o Miguel Gódoi. Cada um é livre para fazer as suas escolhas e muitas vezes elas não levam ao final feliz que todos esperamos e desejamos. No fundo, é sobre como decidimos viver", nota ainda.
"Tudo gira em torno de Miguel Godói, um homem de meia-idade que, após sobreviver a um acidente, passa a ter de lidar com suas as consequências: uma epilepsia pós-traumática, com convulsões. Esta doença crónica apaga-lhe as memórias recentes, prendendo-o ao passado", lê-se na sinopse da obra.
Assim, "ao longo das páginas, o leitor é transportado para a Lisboa dos anos 90 e acompanha as lutas físicas e emocionais do protagonista, assim como as possibilidades que se apresentam no seu caminho, nomeadamente a hipótese de viver um novo amor".
Para a autora, "a leitura é o último refúgio da lentidão. Num tempo em que tudo é imediato e descartável, o livro continua a ser o lugar onde o pensamento se demora, onde o silêncio é produtivo. Ler é um ato de resistência, contra a pressa, a distração e o esquecimento".
Questionada sobre um livro onde poderia viver, Maria Isaac apresenta duas opções. "Talvez A paixão segundo G.H., da Clarice Lispector. Pela intensidade, pela vertigem, pelo mergulho no humano sem filtros. Mas também Os Maias, pelo prazer de habitar uma Lisboa que já não existe, com os seus rituais, excessos e tragédias familiares que parecem repetir-se em cada geração".
Quanto à participação no clube É Desta Que Leio Isto, a autora diz-se "muito" entusiasmada. "Acho que os clubes de leitura são dos poucos lugares onde um livro continua a ser um pretexto para encontro humano. Espero ouvir interpretações inesperadas porque adoro quando os leitores descobrem algo que eu própria não vi ao escrever. É aí que a literatura vive: no diálogo sobre as histórias", remata.
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Maria Isaac é natural das Terras de Antuã, no Norte de Portugal. Com formação em Marketing, estudou no IMD e, ao longo do seu percurso profissional, integrou equipas de diversas empresas multinacionais, estando atualmente na área da fotografia e imagem.
Inicia, em 2017, a série de livros "Odisseia das Pequenas Coisas" com o primeiro livro "Onde Cantam os Grilos", finalista do Prémio Fundação Eça de Queiroz, seguindo-se a publicação de "O Que Dizer das Flores" (2021) e "Quantos Ventos na Terra" (2023).
Desde 2020, é a voz do podcast Palavra, uma plataforma sobre leituras, a jornada pela escrita e conversas entre amigos, onde figuram diversos escritores portugueses contemporâneos.
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