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Há filmes que entram em nós sem pedir licença, e há outros que tentam tanto fazê-lo que acabam por nos deixar a olhar para o ecrã à procura da emoção verdadeira. Regretting You (Sempre tu), adaptação do romance de Colleen Hoover, fica algures nesse meio-termo. Quer ser intenso, quer ser comovente, mas o que se sente é uma pressa estranha: tudo acontece rápido demais.

As mudanças emocionais parecem acontecer por conveniência narrativa, e não por evolução natural das personagens. É como se a história tivesse sido comprimida ao ponto de perder o fôlego.

As interações entre mãe e filha, que deveriam ser o coração do filme, acabam por soar artificiais. Falta-lhes espontaneidade, aquele caos autêntico que existe nas relações reais. A dinâmica entre Morgan e Clara parece construída à volta de frases feitas, de reações ensaiadas, como se o guião tivesse medo de deixar as personagens errar de verdade.

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E, claro, há o clichê inevitável: o romance adolescente previsível, o pobre que ama a rapariga “impossível”, o sacrifício heroico que afinal não é preciso porque, surpresa, o avô tem terrenos e o destino resolve tudo por si.

O problema não é o cliché em si, o cinema vive deles. O problema é quando o cliché substitui a emoção genuína. Regretting You quer ser um filme sobre luto e perdão, mas acaba por transformar a dor em enredo e o arrependimento em mecanismo narrativo. Falta-lhe o desconforto do real.

Há, no entanto, méritos. A fotografia é bonita, a música encaixa bem, e há momentos breves em que o olhar das personagens parece finalmente sincero. Mas são lampejos. O filme nunca nos deixa mergulhar por completo, mantém-nos sempre à superfície, talvez com medo de que, se parasse um pouco mais, teríamos tempo para perceber que já sabemos como tudo vai acabar.

Este foi o segundo filme adaptado dos livros de Colleen Hoover. O primeiro foi It ends with us (Isto acaba aqui), protagonizado por Blake Lively, Justin Baldoni e Brendan Sklenar. A longa-metragem acabou por ficar lembrada pelas várias polémicas que culminaram num processo judicial.

Há mais dois filmes da autora preparados para saírem em 2026. Verity, com as atuações de Dakota Johnson, Josh Hartnett e Anne Hathaway nos papéis principais, e Reminders of him (Tudo me lembre de ti), com estreia marcada para 13 de março de 2026, que conta a história de Kenna Rowan, uma mãe que, após cumprir cinco anos de prisão por um erro trágico, tenta regressar à vida da sua filha de quatro anos, Diem.

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