José Couto Nogueira é jornalista desde os tempos do Antigo Regime e já trabalhou como repórter, colunista, editor, chefe de redacção e director em muitas publicações, entre elas o jornal digital "Alface Voadora", em 1997-2000. Viveu mais de 20 anos em Londres, São Paulo e Nova Iorque, e escreveu quatro livros de ficção e três de não ficção. Está no SAPO24 desde 2015.
Marine Le Pen não chegou lá. A França não sairá da União Europeia, os magrebinos não serão expulsos, nem o país que é o centro institucional e geográfico do Continente entrará numa cavalgada nacionalista e antiglobalização. Tão simples como isto. O resto, como diria Demócrito, são opiniões.
O que se está a passar na Turquia? Segundo a esmagadora maioria da comunicação social e da opinião pública mundiais, assim como da oposição turca, Erdogan está em vias de se tornar um ditador dentro dum sistema pseudo-democrático. É verdade, mas é mais do que isso.
É um problema de difícil solução e para o qual não se tem conseguido uma política eficiente ou mesmo paliativa. O que está a destruir a civilização europeia, ou a qualidade de vida ocidental, ou os valores tradicionais da nossa cultura (conforme a ideologia de quem o afirma) é a situação demográfica
Quem assistiu ontem ao distópico debate dos candidatos às eleições francesas só pode ter sentido “vergonha alheia”. Então, ao fim de duzentos e tal anos de políticas variadas e mudanças radicais, é isto que o centro geográfico, moral e intelectual da Europa tem para apresentar? Depois de acontecimen
Tanto na Europa como dentro das fronteiras do próprio Reino Unido, o Brexit será tudo menos um processo simples. Dentro do Reino, Escócia e Irlanda reacendem divisões que a História não sarou; fora de portas, britânicos têm pela frente a tarefa de saber quão europeus vão continuar a ser, ou os vão
A questão levanta-se em Inglaterra. George Osborne, deputado conservador, foi nomeado editor do maior diário de Londres, o London Evening Standard, um tabloide de distribuição gratuita com uma circulação de cerca de 850 mil exemplares.
A Holanda premiou a direita conservadora, tirou ambições à extrema direita de Wilders, mas também tirou o tapete aos trabalhistas. Na Esquerda, apenas os Verdes tiveram um resultado assinalável. O que é que isto diz sobre as eleições em França é a grande pergunta.
As eleições legislativas na Holanda, para os 150 deputados que determinam quem governará o país, normalmente passam despercebidas no resto da Europa. Mas, desta vez, várias circunstâncias e particularidades tornam um ato eleitoral corriqueiro num acontecimento com implicações europeias, objeto de in
Numa época em que Lisboa assume a sua vocação cosmopolita, nomeadamente em virtude de um renovado interesse enquanto destino turístico mas não só, a exposição “A cidade global”, no Museu Nacional de Arte Antiga, representa tanto a recordação das glórias do século XVI como a celebração da nova dinâmi
Já durante a campanha eleitoral, Donald Trump tinha uma relação complicada com a Comunicação Social. A seu favor, as sondagens a mostrar que os jornalistas estão entre as classes com menor cotação entre os eleitores. Contra ele, a atitude de que quem não o elogia é desonesto ou mentiroso.
Tem todos os ingredientes de um livro de espionagem: um militar talentoso com ação em cenários de guerra, contra-espionagem e operações especiais. A vertigem desse militar em se tornar também um político. O político que caiu em desgraça com Obama e que em virtude disso caiu nas graças de Donald Trum
Numa situação em que nada é o que parecia nem parece o que era, o movimento conservador tem um novo líder e ele chama-se Vladimir Putin. Mais do que uma mudança ideológica, trata-se de uma manobra estratégica. Muito inteligentemente articulada, como se pode ver pelos resultados.
O que não falta na Europa são partidos nacionalistas. Há quem lhes chame de extrema-direita – o que é discutível, em alguns casos. Mas são forças do lado mais conservador do espectro politico, contrários à União Europeia, ou aos aspectos mais importantes dos actuais acordos europeus, como a moeda ún
Há traços no discurso - e agora já na prática - de Donald Trump, empossado Presidente da América na passada sexta-feira que evocam tempos e ideias de que a humanidade não guarda boa memória, pelo contrário. Os tempos são outros? São. Mas desde quando é que a história não se repete em novas versões?
Há 167 dias, mais de três meses, que o Presidente Eleito dos EUA não dava uma conferência de imprensa. De facto, desde a sua surpreendente vitória ainda não tinha reunido os jornalistas para partilhar ideias e responder a perguntas. Deu algumas entrevistas e diariamente twitava os seus pensamentos,
Pela primeira vez, Isabel II não esteve presente nas missas de Natal e Ano Novo. Uma gripe manteve-a longe do frio, mas deixou Inglaterra e o mundo a pensar no que será um futuro sem a Rainha que reina há 63 anos.
Não faltará quem faça a biografia de Mário Soares, como não haverá falta dos comentários de ódio e veneração. Indiferença, ninguém sentirá. Figura maior do que a pessoa, é incontornável, não pela opinião que se possa ter sobre ele, mas pelo papel que tem na História de Portugal.
Já toda a gente disse que este ano foi um massacre no universo da pop e do rock. No rock erudito – Bowie - no rock avant-garde – Prince – e no das baladas – Cohen. Faltava um símbolo do pop, esse rock dançante que substitui a intenção pela excitação.
O mundo já se habituou às notícias bombásticas que explodem, deixam toda a gente assustada, e depois desaparecem de mansinho dos noticiários, como se tivessem sido apenas uma noite mal dormida. A mais misteriosa terá sido o “escândalo” dos Panamá Papers. E a mais surpreendente, o referendo para a sa
Como toda a gente sabe – os que vêem o noticiário e os que depenicam as revistas cor-de-rosa - durante três dias, até à véspera do diplomaticamente inconveniente Primeiro de Dezembro, os Reis de Espanha estiveram em Portugal. Tanto ruído, e ninguém ficou a saber porque vieram.
A sombra de Trump pairou sobre estas primárias da direita francesa. Nem Fillon nem Juppé se atreveram a elogiar ou defender o fenómeno americano, mas consideraram que há uma onda conservadora internacional que os favorece. Ontem a direita votou e escolheu o seu candidato presidencial e é Fillon quem
Quando termina um século ou uma Era? Na História, encontramos várias definições, mas talvez a mais lata e humana seja aquela que o determina pelo desaparecimento dos seus ícones. São eles que determinam as ideias, o comportamento, os sonhos e o estilo de vida duma época, tanto para o bem como para