• Como nos chegam as notícias

    Ryszard Kapuscinski, mestre essencial para jornalistas de sucessivas gerações, analisou, no começo deste século que "antes, a notícia era a verdade, agora tornou-se mercadoria". Ele foi a África pela primeira vez em 1957 e voltou vezes sem conta ao longo de meio século. Testemunhou, sem lugares comu
  • Vamos já almoçar?

    Manuel Caldeira Cabral é um crente. Em quê? Crente nas promessas dos empresários e gestores da restauração, nas juras de redução dos preços junto dos consumidores e na contratação se o Governo descer o IVA do setor de 23% para 13%. E se tal não suceder? "Ficava preocupado", diz o ministro da Economi
  • Quem fica na História?

    A semana foi tão marcada pela figura e pela obra de David Bowie que é difícil escapar-lhe. Já tudo foi dito, as canções recordadas, as múltiplas imagens do camaleão devidamente assinaladas. Há primeiras páginas de jornais notáveis, como a do francês Liberation e do britânico The Guardian; há textos
  • Um profundo desprezo pelos cidadãos

    Temos, provavelmente de forma exagerada, horror à chamada instabilidade política. E se das eleições não sai uma maioria absoluta? E se não é possível formar uma coligação estável? E se daqui a uns meses vamos novamente para eleições? E se a legislatura não se cumpre até ao fim?
  • Investidores, coragem

    É preciso muita coragem para continuar a ser um investidor em Portugal, e não estou a pensar nos grandes fundos, naqueles gigantes internacionais que fazem tremer as bolsas, estou mesmo a pensar nos pequenos, nos que investem as suas poupanças nas empresas portugueses e são tão mal-tratados, ao pont
  • Comédia ou reality-show?

    A Constituição da Republica Portuguesa não estabelece um patamar acima do qual (ou, mais rigorosamente, abaixo do qual…) a ideia de democracia ganha contornos de ridículo, absurdo, de estapafúrdio, de risível. Se o fizesse, tenho a certeza que os momentos que vivemos nestas semanas já estavam no top
  • Marcelo contra Marcelo

    Desta vez ninguém poderá queixar-se de falta de debate ou de défice de esclarecimento. São 14-debates-14 os que as televisões estão a fazer entre os candidatos à presidência da República. Todos contra todos, como num campeonato de futebol.
  • Um ano novo, mesmo?

    O ano de 2016 não começou no dia 1 de Janeiro, na verdade, do ponto de vista político, económico e social, o ano começou em Outubro, mais precisamente no dia 4, quando as legislativas abriram um outro ciclo, alguns dizem que novo. Mas do que (já) sabemos, o que está para vir nos próximos doze meses
  • Os tostões do Tondela no negócio dos milhões

    O melhor contrato é o MEO, ouve-se a norte. NOS é que conseguimos um acordo histórico, bradou Bruno de Carvalho. A Águia não quer ficar de bico calado e já se fala em cláusula de salvaguarda. Os "Três Grandes" do futebol português venderam jogos, camisolas, publicidade no estádio, televisões dos clu
  • Se o conteúdo é rei o futebol é imperador

    Nestes dias finais do ano vai uma animação entre os principais clubes de futebol e os principais distribuidores de televisão com a sucessão de contratos sobre os direitos de transmissão dos jogos, cedências de canais de tv próprios, publicidade no estádio e outras ferramentas de comunicação.
  • 12 perguntas de 2015 para 2016

    Estamos a sair de um ano que fica marcado por alguns episódios que dão fôlego à esperança mas também pela proliferação do medo. Um 2015 que começou e terminou com as atrocidades em Paris, em que a organização com o nome mais pronunciado é a do autodesignado estado islâmico, e um ano que nos deixa nu
  • Costa quer aterragem forçada na TAP

    Qual foi o acontecimento económico do ano de 2015? Apesar do choque-Banif, a marca do ano que termina esta semana é a privatização da TAP, uma operação que começou há 19 anos e foi, finalmente, fechada na 25ª hora, no limite das forças financeiras da companhia. E António Costa parece querer voltar a
  • E se fossem todos dar uma volta?

    A sorte de Santiago Nasar estava traçada e muitos sabiam disso. Mas do padre ao comissário de polícia, da cozinheira da família à acusadora, ninguém fez o que devia e podia para impedir o assassinato cometido pelos irmãos Vicario. Uns por interesse, outros por desinteresse, deixaram correr os aconte
  • O salto espanhol no quase desconhecido

    A vontade que os cidadãos têm de mudança impôs, no espaço de 75 dias, a reviravolta no mapa político ibérico. Portugal, em 4 de outubro, e Espanha, em 20 de dezembro, colocam a península como um laboratório de experiências políticas inovadoras para a esquerda europeia. Os espanhóis, que se mobilizar
  • Radicalismo ideológico. Ou pior

    António Costa entrou numa lógica de destruição criativa difícil de perceber, pelas consequências da destruição, pela incerteza da criatividade. Anuncia que o Estado vai passar a controlar 51% da TAP "a bem ou a mal" e faz saber, anonimamente, que vai acabar com o Banco de Fomento que está finalmente
  • Os novos super-heróis vestem fato e gravata

    Do Japão chegam ideias estranhas, modos de vida que não compreendemos e uma cultura que desafia os nossos cânones ocidentais. Os japoneses são aquele povo esquisito que nos dá sempre a impressão de estar entre a Idade Média e o século XXII. Mas desta vez há uma nova mania nacional no Japão que me ar
  • O verdadeiro artista

    Quando comecei a trabalhar em jornalismo, há mais de 30 anos, havia uma ideia clara sobre a expressão "verdadeiro artista" (e convém sublinhar que escrevia no "Sete", semanário dedicado ao mundo dos espectáculos). E o "verdadeiro artista" era, em Portugal, Marco Paulo - como no Brasil seria Roberto
  • A Terra Prometida

    O que o acordo de Paris nos diz é que, num máximo de 60 anos, todos os automóveis, aviões, barcos, comboios e até edifícios terão de funcionar sem recurso a combustíveis fósseis. Portanto, nada de gasolina, gasóleo, carvão ou gás natural. Nada que emita CO2. Ainda vai demorar a chegar lá, mas os car
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