A atividade da instituição desenvolveu-se, sobretudo, através do Programa de Fortalecimento Familiar, no qual foram acompanhadas no ano passado 455 crianças e 283 famílias nos quatro centros de apoio familiar e aconselhamento parental (CAFAP), localizados em Oeiras, Vila Nova de Gaia, Guarda e Rio Maior.

Segundo o documento, houve um crescimento significativo no último ano ao nível do apoio dado a crianças e às famílias, pois em 2021 tinham sido apoiadas somente 314 crianças e jovens e um universo de 204 famílias. A duração média de acompanhamento foi de 18 meses.

O apoio das Aldeias de Crianças SOS passou ainda pelo Programa de Cuidados Alternativos, em que foram acolhidas 73 crianças (80 em 2021) nas três casas de acolhimento residencial (Bicesse, Guarda e Gulpilhares) da organização.

O acolhimento destas crianças e jovens deveu-se em 94,5% dos casos a negligência, mas 82,2% apresentaram ainda como motivos a falta de supervisão e acompanhamento familiar e 42,5% sinalizaram maus tratos psicológicos.

Dentro deste programa, a ação da instituição incluiu mais duas respostas sociais, ao abranger três jovens em apartamento de autonomização (vocacionado para jovens entre 16 e 25 anos) e outros oito jovens em regime de autonomia supervisionada (especializado na integração de jovens estrangeiros não acompanhados entre 15 e 25 anos).

As Aldeias de Crianças SOS dependeram em maior dimensão dos apoios de particulares e empresas, cujas contribuições representaram 53% dos fundos recebidos, seguindo-se os apoios do Estado (32%) e outros fundos (15%). Os programas de apoio da instituição concentraram 72% da aplicação do dinheiro, com o investimento na angariação de fundos a absorver 17% e a estrutura a consumir os restantes 11%.

A organização realçou o crescimento de 22% de doadores ativos, uma vez que no ano passado havia 22.297 doadores particulares (15.697 amigos SOS, 6.189 benfeitores e 411 sócios), enquanto em 2021 existiam apenas 18.334.

“O ano de 2022 foi desafiador para todo o mundo, para o nosso país e também para as Aldeias de Crianças SOS. No entanto, esse período também nos mostrou a generosidade dos nossos doadores regulares, pontuais e parceiros empresariais, assim como todos os voluntários que continuaram ao nosso lado num momento tão difícil”, disse o presidente do conselho diretivo da instituição, Jorge Carvalho.

As Aldeias de Crianças SOS foram fundadas em 1949 com o objetivo de prestar cuidados alternativos e apoiar famílias em várias áreas. Segundo o relatório, a organização internacional sem fins lucrativos está presente em 138 países e garantiu no ano passado o apoio a mais de 2,5 milhões de crianças, jovens e famílias em todo o mundo.