A razão salientada pelos bombeiros tem a ver com uma entrevista dada por Duarte da Costa, presidente da Proteção Civil. Dizem-se ofendidos e exigem um pedido de desculpa, assim como querem também uma reunião com o Governo.

Em declarações ao Jornal de Notícias, António Nunes, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) criticou Duarte da Costa, depois deste ter salientado que “os bombeiros voluntários ainda não estão organizados para ter um comando efetivo”.

“Não sei o que vai acontecer, nem sei que meios, sobretudo voluntários, vão estar disponíveis”, explica António Nunes, presidente da LBP, ao JN. O responsável diz que os homens foram “maltratados” e “ofendidos” por um presidente da ANEPC que “decidiu incendiar os bombeiros no momento em que estão a começar os fogos florestais”.

Entretanto, na mesma peça, a LBP exigiu ao Governo “que diga se está do lado dos bombeiros” e pediu uma reunião ao primeiro-ministro. Anteontem à noite, os comandantes do Conselho Nacional Operacional de Bombeiros admitiram “repensar a disponibilidade para as escalas do DECIR e o exercício de funções de ligação nas estruturas da ANEPC, caso não haja, em breve, resposta do Governo”.

Exercício com 300 operacionais testa resposta a incêndios rurais em Portugal

Entretanto, um exercício com mais de 300 operacionais decorre entre sexta-feira e sábado na região centro de Portugal para testar a capacidade de resposta da Proteção Civil contra incêndios rurais, anunciou hoje a instituição.

O exercício Fénix 2024, que junta os Comandos Sub-regionais de Viseu e Dão Lafões, das Beiras e Serra da Estrela e da Região de Coimbra da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), vai testar o sistema de controlo, com base na nova orgânica.

O exercício incluirá cenários de retirada de pessoas de aldeias e combate a fogos com “elevada velocidade de propagação” e “comportamento extremo”.

Os concelhos de Nelas, Seia e Oliveira do Hospital foram os escolhidos como cenário desta ocorrência simulada, estando previsto também um teste aos “seus instrumentos de gestão e resposta no âmbito da proteção civil, nomeadamente os planos municipais de emergência e proteção civil, os seus serviços municipais de proteção civil e os gabinetes técnicos florestais”, refere a ANEPC.

Além de bombeiros, vão estar envolvidos militares, GNR, sapadores florestais, médicos, empresas e várias outras instituições que integram o sistema da Proteção Civil.

*Com agências