“Aquilo que a pandemia hoje exige do decisor político é a antecipação”, afirmou o social-democrata Carlos Moedas, no âmbito de uma visita ao novo centro de vacinação no pavilhão 4 da FIL, acompanhado da diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil, Margarida Castro Martins, e do presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco.
O autarca de Lisboa realçou que o novo espaço “é o único no país que conseguirá duplicar” a capacidade de vacinação, “num conforto completamente diferente daquele que era o existente, até porque vem aí o Inverno”.
“Quando as pessoas virem as condições que vão ter aqui realmente vai ser uma grande mudança em relação àquilo que tínhamos em Lisboa, para positivo”, assegurou.
Questionado sobre a falta de proximidade ao centro da cidade, Carlos Moedas referiu que continua a estar disponível o serviço de táxi gratuito dos utentes para a vacinação, através do número 218 172 021, e há “300 lugares gratuitos para as pessoas estacionarem” junto ao centro de vacinação na FIL.
Além disso, recordou que a Câmara de Lisboa tem “uma rota em Lisboa, onde os enfermeiros vão a casa das pessoas para vacinar as pessoas que não podem sair de casa, desde que sinalizadas pelos serviços de saúde”.
“Todos os cenários estão realmente completos. Nós temos a capacidade de fazer e de ir à casa para aqueles que não podem vir aqui, agora, as condições que nós temos aqui, não as podíamos ter noutra parte da cidade”, declarou o social-democrata.
Sobre o encerramento de três centros de vacinação, designadamente Picadeiro (Príncipe Real), Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa (Areeiro) e Pavilhão 3 do Estádio Universitário de Lisboa, Carlos Moedas explicou que “muito antes das eleições” autarquias de 26 de setembro, em que derrotou o socialista Fernando Medina, a situação que hoje se coloca era já uma realidade: os locais que o município dispunha “não podiam continuar” a ser cedidos pelas entidades proprietárias dos espaços para a vacinação.
“Não era uma questão de querermos mudar, é que já não tínhamos estes locais, isso já estava falado e a Câmara Municipal - não estou aqui a falar do presidente Carlos Moedas, mas anteriormente - já sabia dessa situação”, reforçou o social-democrata, rejeitando as críticas de PS e BE sobre o encerramento dos espaços.
O autarca de Lisboa disse ainda que o município, “a pedido dos serviços de saúde”, teve de “encontrar uma solução que tivesse capacidade para receber pessoas em condições”, porque “vacinar no verão é muito diferente de vacinar no inverno”, e a resposta foi o pavilhão 4 da FIL, que “está cedido a custo zero” pela Associação Industrial Portuguesa (AIP), e “o custo é o mesmo” que a autarquia já tinha no funcionamento dos outros espaços, inclusive enfermeiros e trabalhadores da limpeza.
“Houve uma duplicação da capacidade, nós tínhamos quatro centros a funcionar, com uma capacidade para 3.000 utentes por dia. Neste momento, vamos ter seis mil utentes aqui, mais 1.000 na Ajuda, portanto a capacidade é completamente diferente”, frisou Carlos Moedas.
Um dos critérios para a escolha do novo centro de vacinação na FIL, segundo o social-democrata, foi ter um espaço com capacidade: “porque não sabemos o que é que esta pandemia vai dar, poderemos estar num cenário - e agora falo aqui, realmente sem conhecimento de causa, mas acho que como cidadão tenho o direito de dizer isto – não sabemos se daqui a uns tempos vamos ter que ser todos vacinados com uma terceira dose, não sabemos isso, mas se tivermos que ser vacinados com a terceira dose, a Câmara Municipal conseguiu antecipar e tem aqui um centro com essa capacidade”.
O município mantém também em funcionamento o centro de vacinação da Ajuda, mas se for necessário aumentar ainda mais a capacidade, há a possibilidade de voltar a abrir o centro Hindu, informou o presidente da Câmara, defendendo a antecipação dos possíveis cenários do processo de vacinação.
Carlos Moedas destacou a importância de “vacinar e testar”, referindo que a autarquia tem postos móveis para testagem à covid-19, inclusive nas zonas de Santos e do Cais do Sodré, assim como nas farmácias aderentes ao Plano Municipal de Testagem, de forma gratuita e ilimitada.
“Sem a testagem e sem a vacina, nós arriscamos a voltar para trás e não podemos voltar para trás”, advertiu.
Segundo informação da Câmara de Lisboa, este centro de vacinação na FIL entra em funcionamento na quarta-feira, “com 60 postos e uma capacidade para realizar até 9 mil inoculações contra a covid-19 ou gripe por dia”.
(Artigo atualizado às 19:58)
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