“Eu acho que o meu camarada Jerónimo de Sousa é uma das personalidades - talvez a personalidade política no nosso país, não só no PCP -, mais respeitada pelos portugueses. Isso tem um valor próprio, que é mérito dele, e também resultado da sua intervenção em representação do PCP. Portanto, é um camarada que tem muito ainda a dar pelo nosso partido”, afirmou, em entrevista à Agência Lusa.

O atual líder comunista tem 73 anos e está no cargo há 16, tendo vindo no último ano e meio a alimentar um tabu sobre a sua continuidade como secretário-geral do quase centenário partido.

Há quatro anos, uma semana antes da reunião-magna de Almada (02 a 04 de dezembro de 2016), também em entrevista à Lusa, o ex-líder parlamentar do PCP também fora taxativo: “Jerónimo de Sousa tem belíssimas condições para continuar, um enorme prestígio junto da população, que é também o prestígio do PCP, mas também tem uma marca muito própria da pessoa que ele é e da forma como sempre interveio na vida política — indesmentível”.

O autarca de Loures, de 49 anos, desvalorizou a tese que tem sido publicada em alguns órgãos da comunicação social de que seria eleito este fim-de-semana um adjunto para Jerónimo de Sousa, à semelhança do sucedido aquando do abandono do histórico Álvaro Cunhal, lentamente substituído por Carlos Carvavalhas, entre 1990 e 1992.

“Penso que isso é mais uma especulação à volta desta questão. Não tenho sobre isso nenhuma opinião ou comentário. O Comité Central que for eleito reunirá, decidirá em relação aos órgãos dirigentes, organismos executivos - não só o secretário-geral, mas os restantes. Estou certo de que a solução encontrada dará mais força à direção do partido para continuar estas lutas tão importantes em que estamos envolvidos”, disse.

Questionado sobre a grande ovação que recebeu na véspera, durante o seu discurso aos cerca de 600 delegados comunistas, Bernardino Soares agradeceu a “amabilidade dos camaradas” e justificou-a com o facto de ser “o anfitrião”, uma vez que é o edil local.

“Rejeito completamente [vir a ser secretário-geral do PCP]. Não é essa a minha perspetiva, que é continuar a trabalhar na Câmara Municipal de Loures (CML). Quando terminar essa função, porque terminará, naturalmente, um dia – espero que não seja no próximo ano e que seja mais para a frente -, continuarei a dar o meu empenho ao meu partido, seja em que tarefa for”, garantiu.

O autarca está a cumprir o seu segundo mandato e só poderá a concorrer a mais um, em outubro de 2021.

“Eu tenho um papel muito importante que é ser presidente da CML, eleito nas listas da CDU, indicado pelo PCP, e é nisso que estou totalmente focado”, concluiu.

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