Falando numa arruada no Chiado, onde desceu acompanhado pelo atual autarca de Lisboa, Fernando Medina, que se recandidata a um segundo mandato, António Costa afirmou aos jornalistas que os “outros partidos parece que desistiram de dar execução ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
“Eu às vezes oiço-os e só imagino a tragédia que seria para os municípios liderados pelo PCP e pelo PSD se eles estivessem no Governo, porque a desvalorização que fazem do PRR é completamente absurda”, salientou.
Para exemplificar a importância das verbas europeias, António Costa indicou várias obras que serão financiadas através do PRR, perguntando se não é "fundamental" existir uma "extensão do metro ligeiro de Odivelas até Loures" e, no Alto Alentejo, "haver a barragem do Pisão".
"Não é fundamental para todas as empresas termos quase cinco mil milhões de euros para a capitalização das empresas, para a sua modernização, para a ligação com o sistema científico e tecnológico? É fundamental para o país", defendeu.
Tendo parado duas vezes durante a arruada para falar com os jornalistas, o secretário-geral do PS frisou que, durante a campanha, preferia que todos “tivessem estado mais focados em discutir as propostas para o futuro do país, de cada um dos municípios, de cada uma das freguesias, e menos com questiúnculas entre os partidos”.
“Porque o que interessa aos cidadãos não é o debate entre os partidos, é as propostas que cada um tem a apresentar aos cidadãos, e acho que é a campanha que nós temos feito em todo o país, explicando a oportunidade única que o país neste momento tem [com o PRR], e que temos de saber agarrar”, referiu.
Questionado pelos jornalistas se esta é a sua última campanha como líder do PS, António Costa respondeu: “Última campanha? `Naaa´, ainda temos muitas campanhas pela frente!”
Fazendo um balanço da sua própria campanha, António Costa referiu que ficou “marcada por propostas na habitação, na mobilidade, no combate às alterações climáticas, na área da saúde, da educação e com a concentração no aproveitamento pleno do PRR”.
“Temos de pôr as mãos à obra para não desperdiçarmos esta oportunidade extraordinária de transformar o nosso país e de o país poder ser mais sustentável, mais moderno, mais produtivo, cada vez mais internacionalizado. É para isso que vamos trabalhar e é para isso que precisamos de bons autarcas para trabalharmos em conjunto”, referiu.
Numa arruada onde António Costa desceu com Fernando Medina o Chiado, passou pela praça do Rossio e terminou o percurso no arco da Rua Augusta, o secretário-geral afirmou que a ação de campanha em plena baixa lisboeta é uma “demonstração tradicional da força do PS e do grande apoio da cidade de Lisboa ao Fernando Medina”.
Durante a campanha para as eleições autárquicas, que hoje termina, os partidos com assento na Assembleia da República criticaram António Costa por estar a prometer verbas do PRR às autarquias.
O líder do PSD, Rui Rio, acusou António Costa de estar a "misturar" a função de secretário-geral do partido com a de primeiro-ministro e afirmou que a "base" campanha socialista foi prometer milhões às autarquias.
Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou António Costa de estar a utilizar o aparelho do Estado, nomeadamente a “bazuca europeia”, para conquistar votos nas eleições autárquicas, exigindo que fosse garantida a neutralidade dos órgãos de poder.
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