“Espero que o Congresso tenha a inteligência de preparar um programa que permita uma transição” para os jovens, garantindo os seus direitos, declarou António Guterres, numa entrevista à televisão mexicana Televisa.
O procurador-geral e ministro da Justiça norte-americano, Jeff Sessions, anunciou na terça-feira a decisão de eliminar o programa DACA — Deferred Action for Childhood Arrivals (Ação Diferida para Imigração Infantil), em vigor desde 2012, acrescentando que a suspensão da sua aplicação só se tornará efetiva daqui a seis meses, para obrigar o Congresso a encontrar uma alternativa.
Guterres disse ainda esperar que seis meses seja tempo suficiente para “solucionar” o problema.
O programa dá proteção temporária a mais de 800.000 jovens, 75% dos quais procedentes do México, chegados aos Estados Unidos ilegalmente enquanto crianças, que graças ao DACA conseguiram não ser expulsos do país e obter, por exemplo, vistos temporários de trabalho ou carta de condução.
Daquele total faz parte um número indeterminado de jovens portugueses, que pode chegar às várias centenas.
Sobre a questão da imigração para os Estados Unidos, o secretário-geral da ONU recusou, por outro lado, que o muro que o presidente Donald Trump quer construir na fronteira com o México possa ser a solução para travar os migrantes.
O que pode resolver o problema, disse Guterres, é promover políticas de desenvolvimento que criem oportunidades para os seus cidadãos, bem como a “cooperação entre países de origem”.
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