"Confirma-se que o Ministério Público requereu o arresto de contas bancárias, no âmbito de pedido de cooperação judiciária internacional das autoridades angolanas", informou à Lusa a PGR depois de questionada sobre a notícia do Expresso online que indicava que a Justiça portuguesa congelou contas bancárias da empresária angolana.
Isabel dos Santos é suspeita de gestão danosa e evasão fiscal num processo que está a ser investigada em Angola e envolve uma transferência de 115 milhões de dólares.
O Expresso online adiantava ainda que as autoridades angolanas pretendem que sejam arrestados bens e participações no valor de mais de dois mil milhões de euros.
O jornal, que afirma ter confirmado a informação junto de duas fontes do setor bancário, acrescentava que o pedido para congelar estas contas "partiu de Angola e, pelo menos para já, envolve apenas as contas do Millenium BCP".
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no dia 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano, utilizando paraísos fiscais.
Isabel dos Santos foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola, acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol, disse estar a ser vítima de um ataque político. A empresária já refutou o que descreveu como "alegações infundadas e falsas afirmações" e anunciou que vai avançar com ações em tribunal contra o consórcio de jornalistas que divulgou a investigação "Luanda Leaks".
Para além disso, Isabel dos Santos reafirmou que os investimentos que fez em Portugal tiveram uma origem lícita.
De acordo com a investigação do consórcio, do qual fazem parte o Expresso e a SIC, Isabel dos Santos terá montado um esquema de ocultação que lhe permitiu desviar mais de 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) para uma empresa sediada no Dubai.
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