Na sua intervenção na 71.ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, Marcelo Rebelo de Sousa apelou também ao diálogo entre Timor-Leste e Austrália sobre a definição da sua fronteira marítima e condenou as ameaças à segurança na Península Coreana.
Sobre o conflito israelo-palestiniano, o chefe de Estado português lamentou que a paz continue adiada. "Por isso mesmo, quero aqui reafirmar o pleno apoio de Portugal aos esforços internacionais para a retoma do processo negocial", disse.
"Esperamos uma solução sustentável para o conflito, com base nas resoluções das Nações Unidas, que consagre um Estado palestiniano soberano, independente e viável, vivendo lado a lado com o Estado de Israel, cujas legítimas aspirações de segurança têm de ser garantidas", acrescentou.
A 12 de maio, durante uma audiência no Palácio de Belém, o grupo de embaixadores dos países árabes em Lisboa manifestou ao Presidente da República a esperança de que durante o seu mandato Portugal reconheça o Estado da Palestina como independente e soberano.
No final de 2014, o parlamento português aprovou uma recomendação ao Governo nesse sentido, que prevê que esse reconhecimento seja feito em articulação com a União Europeia.
No seu discurso de hoje nas Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se em particular ao grupo extremista Estado Islâmico, também conhecido pelo acrónimo árabe Daesh, e ao terrorismo em geral, afirmando que "não pode ser tolerado".
"A comunidade internacional, sob mandato das Nações Unidas, tem o direito legal e o dever moral de pôr fim a este hediondo flagelo, designadamente ao Daesh", defendeu.
O Presidente da República recordou atentados ocorridos na Bélgica, na Somália ou no Paquistão e disse que o terrorismo "é contra todos os que subscrevem os princípios e os valores da Carta das Nações Unidas" e "contra a humanidade inteira".
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