“Temos que ter um centro de acolhimento porque estas pessoas [imigrantes] chegam aqui, não podem estar em Arroios em tendas, isto é doloroso, é inaceitável, e o presidente da câmara não pode fazer nada porque a maior parte delas não está documentada”, afirmou Carlos Moedas, à margem de uma reunião sobre o impacto económico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
Lembrando o pedido para criar um centro de acolhimento temporário, o autarca de Lisboa manifestou-se “muito contente” que o Governo tivesse anunciado essa medida no âmbito da apresentação do Plano de Ação para as Migrações.
“Vamos poder ter um centro de acolhimento temporário. A câmara pode ir para lá investir, fazer as obras. Eu só preciso que o Governo me diga onde é que é. Portanto, já tem alguns sítios identificados, vamos trabalhar nesse sentido e, rapidamente, temos um centro em que estas pessoas quando chegam têm a AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo], têm a câmara municipal, têm a proteção civil, têm a Cruz Vermelha, têm a Santa Casa [da Misericórdia de Lisboa] e todos juntos tentarmos resolver”, indicou.
Neste âmbito, Carlos Moedas revelou que ainda hoje vai ter uma reunião com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, ressalvando que o local para o centro de acolhimento temporário de imigrantes “é uma escolha do Governo”, até porque a Câmara Municipal de Lisboa “não tem nenhum local para isso”, mas reforçando que a decisão deve ser tomada “o mais depressa possível”.
“Foi nesse sentido que eu pedi ao Governo [para] encontrar um antigo quartel ou um axxxxxntigo hospital que pudesse acolher provisoriamente. Nós estamos aqui a falar num centro temporário para receber as pessoas com dignidade”, sublinhou o autarca, referindo que “há vários potenciais locais”, inclusive o antigo hospital militar de Belém.
O presidente da câmara recordou ainda que há um ano que reclama por “uma política de imigração com dignidade” em Portugal, porque “essa política não existia” e a falta de proteção dos imigrantes “multiplicou as redes de tráfico, considerando que o plano apresentado pelo Governo vem responder a essa necessidade.
Com o Plano de Ação para as Migrações, o Governo pôs fim ao regime excecional que permitia a um estrangeiro entrar em Portugal e só depois pedir autorização de residência e anunciou a criação de uma estrutura de missão para regularizar processos pendentes, estimados em 400 mil.
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