“Estou com a expectativa de que nós consigamos aquilo que são os três objetivos da campanha, que é mantermos a maioria no executivo, se possível reforçada, termos a maioria na Assembleia Municipal e ganharmos a seis juntas às quais concorremos, reeditando em cinco e conseguindo vencer também Paranhos, que é muito importante para nós”, afirmou, em declarações aos jornalistas, no final da arruada desta tarde que ficou marcada por um incidente com a candidatura do Bloco de Esquerda (BE).

De olhos postos no edifício da Câmara Municipal, o autarca, que se recandidata nestas eleições a um terceiro e último mandato, recusou a ideia de uma meia vitória perante o não cumprimento destes objetivos, reiterando mais uma vez que sem maioria é a cidade que perde.

“Não é uma meia vitória, o que eu acho que é pior para a cidade e a governação é mais lenta. Tenho a certeza de que durante estes quatro anos encontraremos forma de levar a cabo aquilo que precisamos de fazer. Perde-se tempo, como se percebeu”, disse.

Reconhecendo que a abstenção é o seu maior adversário no domingo, sobre o futuro, Rui Moreira disse apenas esperar, se for reconduzido no cargo, tirar as férias que não tirou no verão.

O Movimento Independente “Aqui à Porto” tinha convocado para as 17:30 uma arruada em Santa Catarina, local para onde estava também prevista uma ação de rua do BE.

A coincidência no horário das arruadas levou os bloquistas a apresentar uma queixa na Comissão Nacional de Eleições (CNE), que obrigou o atual presidente da câmara a encostar e atrasar o programa.

Questionado sobre se a campanha ficou manchada por este incidente, Rui Moreira desvalorizou, e disse até que para a sua candidatura foi bom.

“Para nós foi ótimo, juntámos mais pessoas. Dá mais vontade às pessoas de votar. O Porto é uma cidade de liberdade, que rejeita este tipo de peias e amarras”, avisou, acrescentando que o que hoje se verificou “foi um ato de profundo centralismo”.

“A CNE em Lisboa, não fazendo ideia o que é esta rua do Porto, não fazendo ideia de que nós íamos sair de entradas diferentes, determina às 16:37, manda uma lei para o Presidente da Câmara cumprir às 17:30”, criticou, salientando que ser liberal é obedecer, como fez, e depois em local próprio discutir.

Afirmando não estar zangado, Rui Moreira disse apenas sobre o comportamento do seu adversário político Sérgio Aires - que abraçou logo após o incidente – que o Bloco de Esquerda tem “uma visão mais autoritária”, gostando de “regimes autoritários, de impor as coisas por esta forma”.

Num primeiro comentário ao incidente, o cabeça de lista do BE à Câmara do Porto Sérgio Aires disse estar “tudo bem” e que tudo se resumiu a “confusões de horários”.​​​​​​​

Já nos Aliados, local onde terminou a arruada, o conselheiro de Estado e antigo dirigente do CDS-PP António Lobo Xavier juntou-se aos apoiantes de Moreira, deixando claras as razões por que apoia a reeleição do independente.

Descrevendo o independente como um homem “inteligente” e “desempoeirado” que faz falta a uma cidade como Porto, Lobo Xavier considera que Rui Moreira foi “vítima de uma injustiça”

“Acho que foi vítima de uma injustiça. (…). Eu, por razões profissionais, conheço muito bem o processo, sei muito bem do que é que ele acusado e sei como foi impedido de usar o único meio de defesa que lhe interessava”, observou, acrescentando que o autarca pode apresentar a eleições de “cabeça erguida”.

A arruada em Santa Catarina precede a um jantar de encerramento da campanha do atual presidente da autarquia portuense que ao longo destas duas últimas semanas, entre ações de contacto com a população, visitou obra feita ou em curso.

Concorrem à Câmara do Porto, Rui Moreira (movimento independente “Rui Moreira: Aqui há Porto” – apoiado por IL, CDS, Nós Cidadãos, MAIS -, Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Vladimiro Feliz (PSD), Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Bebiana Cunha (PAN), António Fonseca (Chega), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre).