O renovado Museu da Língua Portuguesa — que reabriu portas em julho passado, depois de ter sofrido um incêndio — assinou hoje um memorando de entendimento com a Fundação José Saramago para que sejam desenvolvidas atividades culturais, que celebrem o centenário do nascimento do Nobel da Literatura.
De acordo com o memorando, a que a Lusa teve acesso, entre as iniciativas previstas estão atividades ou exposições gratuitas destinadas ao público mais novo, inspiradas nas obras de José Saramago, previstas para o Museu da Língua Portuguesa e passíveis de circulação, por exemplo, em “feiras literárias brasileiras”.
Está ainda prevista a “reprodução de material expositivo, criado e fornecido pela Fundação Saramago, em espaços parceiros do Museu da Língua Portuguesa, como museus da rede estadual de São Paulo, espaços públicos de alta circulação”, lê-se no documento.
A parceria entre as duas instituições resultará também em “transmissões cruzadas, nas redes sociais do Museu da Língua Portuguesa, de eventos próprios e/ou de eventos em parceria com a Fundação José Saramago”.
“A par da sua dimensão universal, a obra de José Saramago conhece grande projeção no Brasil, em direta associação com o património cultural e linguístico português”, justificam as duas entidades.
O centenário do nascimento do escritor português José Saramago só acontecerá a 16 de novembro de 2022, mas as celebrações começaram no passado dia 16 de novembro.
Consolidar a presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro, e prestar homenagem à sua figura, como cidadão, são objetivos das comemorações, cujas “linhas gerais” foram anunciadas em junho passado pelo comissário da iniciativa, Carlos Reis, e pela presidente da fundação, Pilar del Río.
Do programa comemorativo sabe-se ainda que contará com a edição de uma fotobiografia, cinco conferências comissariadas pelo escritor argentino Alberto Manguel, um Colóquio de Estudos Saramaguianos no Brasil, a edição de uma moeda comemorativa e um ciclo de cinema pela Cinemateca Portuguesa.
O regresso da ópera “Blimunda”, de Azio Corghi e José Saramago, pelo Teatro Nacional de São Carlos, e a estreia do espetáculo de teatro de rua “A Passarola”, pelo Trigo Limpo Teatro ACERT, também constam da programação.
A 16 de novembro de 2022, uma centena de escolas do ensino secundário promoverão a leitura, em simultâneo, de páginas dos romances “Memorial do Convento” e “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, num movimento paralelo ao verificado este ano, no início das comemorações.
Comentários