“Estabelecimento de um mecanismo nacional dedicado ao financiamento da transição justa e sustentável, apoiado pelo banco central ou pelo Ministério das Finanças, para facilitar um uso mais eficaz do financiamento disponível”, lê-se nas recomendações de políticas do Relatório Económico sobre África de 2024, lançado pela UNECa, com o título ‘Investir numa Transição Justa e Sustentável em África’.
Ao longo do documento, os analistas da UNECA defendem a importância de garantir uma transição energética justa e com bom uso dos enormes recursos naturais dos países africanos, nomeadamente aqueles que serão fundamentais para garantir uma economia mais verde e menos dependente dos combustíveis fósseis como o cobalto, níquel ou cobre.
“Os países africanos têm grandes oportunidades de fazer a transição para economias inclusivas; o aproveitamento destas oportunidades e a transição para a sustentabilidade exigem mudanças nos sistemas sociais interdependentes a vários níveis, desde o funcionamento das cadeias de abastecimento globais até ao comportamento e aos valores dos cidadãos individuais”, defende-se no relatório.
Para a UNECA, “estas transições sem precedentes representam processos complexos e incertos, que vão depender de quão bem os decisores políticos africanos percebem as dinâmicas e lidam com os principais elementos e motores da transição nas próximas décadas”, a começar pelo tipo de infraestruturas de que cada país vai precisar.
O Relatório Económico sobre África de 2024 apresenta as condições para investimentos numa transição justa e sustentável que cumpra as aspirações dos países africanos, definidas na Agenda 2030 e na Agenda 2063, para construir uma África próspera e que cumpra os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, defendendo que a transição de combustíveis fósseis para energias renováveis é ma oportunidade sem precedentes para a região.
Os países africanos “podem alavancar o ‘boom’ global de minerais verdes e os seus grandes recursos energéticos renováveis, florestas tropicais e ecossistemas marítimos para exportar créditos de carbono, gerando financiamento para investimentos sustentáveis”, exemplifica a UNECA.
A instituição alerta, ainda assim, que “potenciar este tipo de investimentos vai depender da capacidade dos países africanos para mobilizar o financiamento necessário de fontes internas e externas, incluindo financiamento climático”.
Entre as principais recomendações estão o fortalecimento de políticas e estratégias nacionais, o aumento do papel do setor privado, o equilíbrio entre o crescimento e investimento público estratégico, por um lado, e a gestão da sustentabilidade orçamental, por outro.
A mobilização de mais financiamento através de parcerias entre vários atores, aproveitando a presença da União Africana no G20 para dar voz a estas iniciativas é outra recomendação Comissão Económica das Nações Unidas para África.
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