De acordo com o New York Times, que cita relatórios de inteligência dos EUA e de outros países, Mohammed bin Salman disse que se Jamal Khashoggi não regressasse à Arábia Saudita pela sua própria vontade, ele teria que ser forçado a voltar.
O príncipe terá dito que estaria disposto a fazê-lo "com uma bala", uma ameaça proferida durante uma conversa telefónica com Turki Al-Dakhil, um familiar seu.
O telefonema foi intercetado pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos, segundo o artigo do jornal norte-americano.
Na quinta-feira, a relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais afirmou possuir “provas” demonstrando que a “morte” do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi “brutal, planificada e perpetrada por representantes do Estado da Arábia Saudita”.
Em comunicado, e na sequência de uma visita à Turquia, Agnès Callamard sublinhou que esta “morte” foi “premeditada” e constitui “a violação mais grave do mais fundamental de todos os direitos, o direito à vida”. O relatório está disponível para consulta aqui.
Denunciou ainda a utilização da “imunidade” diplomática para cometer um assassino com toda a “impunidade”.
Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, foi morto no dia 2 de outubro no interior do consulado saudita em Istambul.
Agnès Callamard lamentou ainda no comunicado o “tempo e acesso inadequados concedido aos investigadores turcos para promoveram um exame e pesquisa profissional e efetivo da cena do crime, que é exigido pelos padrões internacionais”.
Mais de quatro meses após a sua morte, o corpo do jornalista ainda não foi encontrado.
O seu assassínio colocou a Arábia Saudita perante uma grave crise diplomática e deteriorou consideravelmente a reputação do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, acusado por responsáveis norte-americanos e turcos de ter ordenado a morte.
O processo, com 11 suspeitos, teve início em janeiro na Arábia Saudita e o procurador-geral solicitou a pena de morte contra cinco dos indiciados.
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