Em comunicado enviado à agência Lusa, a Quercus explica que vai estar presente na quinta-feira, a partir das 18:00, em frente ao consulado espanhol em Lisboa, na manifestação antinuclear, pelo encerramento da central nuclear espanhola de Almaraz.
Esta ação de protesto foi convocada pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), de que a Quercus faz parte, e pretende mais uma vez exigir que os Governos português e espanhol tomem medidas no sentido de colocar em marcha o encerramento de Almaraz.
“Uma vez mais, a Quercus, associação nacional que segue mais de perto a temática de Almaraz desde há cerca de 15 anos, vai juntar-se a diversas organizações espanholas e portugueses que lutam pelo encerramento desta central nuclear, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal”, afirmou Nuno Sequeira, da Quercus, à agência Lusa.
Disse ainda que face à passividade que os vários Governos portugueses têm revelado ao longo dos anos sobre este assunto, a Quercus considera fundamental que o atual Governo demonstre firmeza na defesa dos interesses nacionais junto de Espanha e diga claramente que quer ser consultado sobre tudo o que tenha a ver com a central nuclear de Almaraz.
“Mas, mais importante que tudo, é que o Governo português diga de uma forma inequívoca que o nosso país não quer esta central a funcionar depois de 2020 e que a mesma deve encerrar, no máximo, por esta altura”, sustentou.
O ambientalista sublinhou que após o parecer favorável do Governo espanhol ao projeto apresentado pelo consórcio que explora a central nuclear de Almaraz para montar um armazém de resíduos nucleares, “confirma-se que existem fortes pressões em Espanha para que a central não encerre no prazo definido (2020)”.
A central de Almaraz tem tido incidentes com regularidade e Portugal pode vir a ser afetado, caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente.
Além disto, os ambientalistas referem que Portugal “não revela estar minimamente preparado para lidar com um cenário deste tipo, pelo que, a acontecer um acidente grave, isso traria certamente sérios impactes imediatos para toda a zona fronteiriça, em especial para os distritos de Castelo Branco e Portalegre”.
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