Além dos apoios já reiterados esta semana, ”a UE colaborará em todas as iniciativas que forem colocadas no terreno para impedir o armamento desses grupos” rebeldes, disse Carlos Zorrinho, na qualidade de copresidente da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE.

Zorrinho falava durante uma conferência de imprensa de balanço da 42.ª sessão da assembleia África, Caraíbas e Pacífico (ACP)-UE, encontro que hoje termina em Maputo e em que Cabo Delgado e o terrorismo foram temas presentes.

Carlos Zorrinho sugeriu a criação de uma rede de países que trabalhem em conjunto para a “monitorização e impedimento” do acesso a armas por grupos que “acabam por ser fatores de pressão e impulso ao terrorismo”.

“A UE é a favor de um controlo absoluto em termos do destino das armas”, referiu.

Segundo o responsável, decorre um “esforço acrescido” para “multiplicar o diálogo” e criar “situações mais próximas da paz” em Cabo Delgado, região do norte de Moçambique, aterrorizada por violência armada desde 2017.

Alguns ataques são reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.