O desportista de 34 anos nem teve tempo para celebrar, uma vez que quase de imediato se quebrou uma das pranchas, que lhe permitia “voar mais baixinho” e assim contornar melhor as dificuldades deste repto.
“Antes de partir a prancha tinha a ideia de chegarmos na quarta-feira, mas, com esta prancha partida, não sei bem ao certo como será. Vou entrar novamente na água a ver como funciona com a reparação ou com outra prancha”, disse, à agência Lusa.
Lufinha e a alemã Anke Brandt, sua companheira de missão, têm enfrentado diversos contratempos, sendo que o constante vento contra tem sido o principal.
“O desafio é tentar chegar a Oeiras. Senão vamos descendo, mas espero não falhar a ponta mais a sul, Sagres”, desejou.
O aventureiro assume que esta aventura tem sido “bastante dura”: “É problema atrás de problema, após a ausência de vento no início. Todos os dias estamos contra o vento, em luta que parece interminável.”
Os desabafos incluem diversos obstáculos técnicos e naturais, “como o vento contra, com bastante chuva pelo meio nos últimos dias”, mas também mazelas físicas naturais a quem está há uma semana no mar.
“A Anke está com problemas a nível físico e dores gastrointestinais. Eu com joelhos e pescoço. Uma série de coisas que dificultam, mas, por outro lado, dão o mérito necessário para desafios destes”, desvalorizou.
Ainda assim, Lufinha diz que a dupla está “preparada” para as contrariedades – “faz parte da coisa” – e promete “lutar até ao fim, com uma equipa grande e motivada, a garantir que não vai abaixo”.
“Nada nos quebra, por muita dor que haja. É muito chato lutar contra o vento, mas vamos com algum jeitinho, com uma componente para norte e outra para leste, para o continente. É gerir isto onda após onda a ver quando lá chegamos", completou, admitindo que na terça-feira já saberá mais detalhes quanto ao lugar e dia da chegada.
A alemã Anke Brandt, que ligou o Bahrain a Abu Dhabi, fazendo 489 quilómetros em cima de uma prancha de kitesurf em 30 horas, é a sua companheira.
Quando a missão for completada, o português espera ter os seguidores da aventura nas redes sociais a receber a dupla, a caminho de inscrever o nome no livro mundial dos recordes.
A travessia entre o arquipélago dos Açores e o continente integra o projeto de Francisco Lufinha, intitulado "Portugal é Mar", que pretende ligar todo o território nacional por mar em kitesurf.
Em 2013, Lufinha ligou o Porto a Lagos, em 2014 as ilhas Selvagens ao Funchal e em 2015 estabeleceu o novo recorde do mundo, unindo Lisboa à ilha da Madeira em 48 horas, percorrendo 874 quilómetros em kitesurf.
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