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Newsletter diária • 07 dez 2022

 
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Eutanásia. O que falta acontecer?

 
 

Edição por António Moura dos Santos

Depois de três adiamentos — duas vezes a pedido do Chega e uma vez por proposta do PS — o texto final sobre a morte medicamente assistida foi hoje aprovado na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. Ou seja, foi aprovado na especialidade.

O texto final, que tem por base os projetos de lei apresentados por PS, IL, BE e PAN, contou com os votos a favor de PS, IL e BE, merecendo a oposição do Chega e do PCP e da abstenção do PSD.

Agora, segue para a votação final global em plenário, que deverá ocorrer esta sexta-feira. Depois disso, caso seja aprovado, o decreto do parlamento segue para o Palácio de Belém. O Presidente da República pode promulgar ou vetar o diploma ou ainda enviá-lo para o Tribunal Constitucional para verificação da sua conformidade com a lei fundamental.

Um referendo chumbado

Ainda durante a votação na especialidade, o PSD tentou que houvesse um quarto adiamento, com a deputada Paula Cardoso a justificar o pedido com o facto de estar agendada para esta tarde uma conferência de líderes extraordinária para discutir um projeto de resolução do PSD que propunha um referendo sobre a despenalização da eutanásia.

Este apelo, porém, mereceu a oposição do PS, BE e Iniciativa Liberal.

Mais tarde, após a hora de almoço, ficou-se a saber que o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, rejeitou a iniciativa do PSD de um referendo por “não existirem alterações de circunstâncias” em relação à iniciativa anterior já apresentada sobre a mesma matéria.

“Foi uma decisão transmitida pelo presidente da Assembleia da República, depois de ouvida a conferência de líderes”, referiu a deputada do PS Palmira Maciel.

A conferência de líderes reuniu-se extraordinariamente para discutir o projeto de resolução do PSD que propõe um referendo sobre a despenalização da eutanásia.

Esta é a terceira tentativa

Recorde-se que, na anterior legislatura, a despenalização, em certas condições, da morte medicamente assistida, alterando o Código Penal, reuniu maioria alargada no parlamento, mas foi alvo de dois vetos do Presidente da República: uma primeira vez após o chumbo do Tribunal Constitucional, na sequência de um pedido de fiscalização de Marcelo Rebelo de Sousa.

Numa segunda vez, em 26 de novembro, o Presidente rejeitou o diploma através de um veto político realçando que ao longo do novo texto eram utilizadas expressões diferentes na definição do tipo de doenças exigidas e defendendo que o legislador tinha de optar entre a "doença só grave", a "doença grave e incurável" e a "doença incurável e fatal".

O que diz o novo texto?

O texto estabelece que a “morte medicamente assistida não punível” ocorre “por decisão da própria pessoa, maior, cuja vontade seja atual e reiterada, séria, livre e esclarecida, em situação de sofrimento de grande intensidade, com lesão definitiva de gravidade extrema ou doença grave e incurável, quando praticada ou ajudada por profissionais de saúde”.

Desta vez, em comparação ao último decreto, o texto de substituição deixa cair a exigência de "doença fatal".

O texto final estabelece agora um prazo mínimo de dois meses desde o início do procedimento para a sua concretização, sendo também obrigatória a disponibilização de acompanhamento psicológico.

 
 

Mundial do Qatar

 
 
 
 

 
 
Quem joga hoje:
  • Ninguém, mas pode consultar aqui o calendário para os quartos de final, que acontecem a 9 e 10 de dezembro.

Também é notícia:

A polémica:

  • Cristiano Ronaldo cedeu o lugar a Gonçalo Ramos, começando o jogo a suplente pela primeira vez num Campeonato do Mundo desde 2006. Ronaldo acabou mesmo por entrar aos 74 minutos, não tendo influência no resultado. A constatação pública de que a seleção seria capaz de jogar a alto nível sem CR7 levou Kátia Aveiro, sua irmã, a desejar que ele volte para casa, criticando "a pequenez de grande parte do povo português".

A frase

 
 
Está tudo a pensar no domingo de Ramos
 
 

Opinião

 
 
 
Patrícia Reis
 
 

Quem quer morrer? Ninguém. E quem quer viver sem viver? Ninguém. Continuar a ler