O ciclone Chido destruiu infraestruturas em Moçambique, particularmente no norte, em Cabo Delgado, por isso, segundo Carlos Almeida, a Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) portuguesa Helpo lançou a "Iniciativa Emergência Ciclone Chido".
Também um escritório da Helpo ficou danificado, pois "uma árvore caiu em cima do telhado e uma parede ruiu", mas, "felizmente, não se perdeu nenhum material de escritório", pois a equipa retirou os objetos antes da passagem do Chido, explicou.
O coordenador da ONGD portuguesa em Moçambique declarou que já foi feita uma aferição aos estragos e que, no distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, "tudo ficou praticamente destruído", que é onde a organização tem inclusive o "Projeto de Fortalecimento dos Serviços de Saúde e Nutrição, que funciona no distrito de Mecúfi e de Ancuabe".
"O distrito de Mecúfi tem uma destruição de casas perto dos 100%, praticamente todas ficarem destruídas", lamentou.
Também escolas no distrito de Ancuabe e Metuge (também em Cabo Delgado) ficaram destruídas, com várias "salas de aula sem cobertura", indicou.
"Assim, a nossa campanha de recolha de fundos é para, além de tentar recuperar as infraestruturas, no imediato, tentar dar apoio às famílias, porque as pessoas cujas casas foram afetadas perderam tudo, e quando se diz tudo é não só a casa, mas também toda a comida que tinham armazenada", explicou.
"Temos muita urgência em conseguir fazer chegar ajuda a essas famílias", apelou.
Os dados desta campanha estão disponíveis no 'site' da Helpo: https://www.helpo.pt/pt/news/emergencia-ciclone-chido-1
A organização tem ainda ativa uma outra angariação de fundos, a "Emergência Moçambique", que começou a semana passada e, até ao momento, já recolheu 1.700 euros, porque, durante os protestos pós-eleições de 09 de outubro, teve duas instalações danificadas.
"Nós temos uma conta bancária que está destinada a tentar recolher fundos para conseguirmos dar um apoio às duas infraestruturas que foram destruídas: a secretaria da Escola Secundária Heróis Moçambicanos, em Maputo, e a Biblioteca Municipal de Mahate, em Pemba, Cabo Delgado", indicou.
Segundo explicou à Lusa, os desacatos deram-se em "circunstâncias distintas".
"A de Pemba, mais recente, foi um azar muito grande, porque a biblioteca está situada ao lado da sede do partido político que está no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo)", e quando foram queimar a sede do partido acabaram por "vandalizar também o edifício da biblioteca", frisou.
A biblioteca de Mahate ajudava jovens alunos e professores através do seu equipamento, que a ONGD quer substituir com a ajuda das doações.
"Em Maputo a situação foi diferente, porque à noite decidiram simplesmente vandalizar a escola secundária, o que resultou em grandes perdas, como o arquivo e computadores", prosseguiu.
A organização tem o projeto "Futurando" em Maputo, que apoia dez escolas secundárias, nomeadamente esta que foi danificada, por isso querem ajudar o estabelecimento a reerguer-se, indicou.
"São puros atos de vandalismo, não são manifestações", disse.
NYC // MLL
Lusa/Fim
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