Abdul Razack, delegado do INAS na província de Sofala, cuja capital é Beira, disse à Lusa que a instituição distribuiu as listas dos 32 mil beneficiários do subsídio pelos 26 bairros do distrito da Beira, para permitir a celeridade e segurança do processo.

Razack avançou que a distribuição de listas também vai ajudar a impedir que pessoas não elegíveis aos subsídios recebam indevidamente a ajuda.

"Esta interrupção ajudou na identificação de oportunistas que pretendiam beneficiar-se dos fundos do Idai", afirmou.

O pagamento de subsídios às vítimas do ciclone Idai no distrito da Beira foi suspenso em 19 de agosto, dois dias depois de arrancar, devido ao receio da covid-19 por causa de grandes aglomerações nas filas, disse à Lusa o delegado do INAS em Sofala.

"Tememos infeções pelo novo coronavírus e suspendemos o pagamento de subsídios, enquanto estudamos o melhor mecanismo de fazermos chegar o apoio, com segurança, a quem está inscrito", afirmou Abdul Razack.

No distrito da Beira estão inscritos 32 mil beneficiários daquele subsídio.

Os ajuntamentos nas filas para a receção da ajuda financeira também terão sido provocadas pela presença de pessoas não inscritas nas listas dos beneficiários, acrescentou o delegado do INAS.

A suspensão do pagamento do subsídio enfureceu centenas de beneficiários, que se amotinaram frente ao gabinete do governador da província de Sofala, Lourenço Bulha.

No total, devem receber o subsídio na província de Sofala cerca de 74 mil famílias de 10 dos 13 distritos da província.

O Governo moçambicano aprovou o pagamento de um subsídio mensal de 2.500 meticais (29,3 euros) a cada uma das vítimas.

O ciclone Idai atingiu o centro de Moçambique em março de 2019, provocou 604 mortos e 1,8 milhões de pessoas afetadas.

Pouco tempo depois, em abril, o norte foi afetado pelo ciclone Kenneth, que matou 45 pessoas e afetou outras 250 mil.

Moçambique regista um total de 4.039 casos positivos de covid-19, desde o anúncio do primeiro caso em 22 de março, havendo ainda 23 mortos e 2.283 pessoas consideradas recuperadas.

A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já provocou pelo menos 851.071 mortos e infetou mais de 25,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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