Um homem de negócios francês apresentou queixa em tribunal contra a Uber e reclama uma indemnização de 45 milhões de euros. A razão? Segundo o queixoso, uma falha informática na aplicação fez com que a sua mulher continuasse a ter acesso às suas deslocações com a Uber, depois de um episódio isolado em que usou o telefone dela.

Apesar de ter feito "log out", ou seja  saído da aplicação, a mulher deste homem de negócios terá continuado, devido ao alegado erro técnico, a ter acesso aos seus pedidos ao serviço da Uber e às respetivas notificações. Essa informação terá conduzido, por sua vez, à suspeita de que o marido lhe estaria a ser infiel, terminando todo este episódio num pedido de divórcio.

Não são conhecidos detalhes técnicos sobre o que terá causado este alegado erro e a Uber não quis pronunciar-se sobre o assunto, afirmando um porta-voz que a empresa "não comenta publicamente situações individuais e especialmente aquelas que estão relacionadas com um processo de divórcio".

O jornal francês Le Figaro conseguiu reproduzir a falha reportada na queixa apresentada. Para tal, usou um primeiro iPhone, onde usou uma conta de serviço da Uber que desligou de seguida. Este iPhone continuou a receber as mesmas notificações que um segundo iPhone onde a conta foi mantida ativa. A falha afetou as versões de IOS anteriores à atualização da app realizada a 15 de dezembro.

Os utilizadores de Android não terão sido de todo afetados. De acordo com especialistas contactados pelo jornal francês, na origem da falha estará uma gesrão errada dos tokens, nome técnico para os identificadores utilizados pelas aplicações para enviar as notificações para um determinado equipamento.

As aplicações são cada vez mais uma causa comum de processos de divórcio. O Le Figaro cita um estudo de 2010 da American Academy of Matrimonial Lawyers que referia que, já nesse ano, um em cada cinco divórcios envolvia o Facebook.

Já para a Uber, não é a primeira vez está envolvida em temas relacionados com a privacidade (ou a falta dela): em dezembro, alguns funcionários da plataforma foram acusados de abusar dos seus acessos para manter informação activa sobre celebridades e políticos, bem como ex-namoradas e ex-namorados.

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