O conceito de compartilhar mobilidade, “tal como é novo para a indústria, é também novo para os Governos e agentes reguladores”, disse José Manuel Viegas, durante a conferência de tecnologia e inovação Web Summit, em Lisboa.
“Um dos projetos que fizemos era um potencial de compartilhar mobilidade, em particular, partilhar táxis e, adivinhem, na maioria dos países europeus, a partilha de táxis é ilegal”, sublinhou o secretário-geral do Fórum Internacional dos Transportes.
De acordo com José Manuel Viegas, “leva tempo para os Governos entenderem” o potencial da partilha de mobilidade, pelo que o Fórum Internacional dos Transportes está a procurar consciencializar os governantes nesse sentido.
“Penso que eles [governantes] vão perceber esta necessidade e vai ser um começo de novos regulamentos e de políticas”, perspetivou, referindo que já existem várias cidades a pedir para simular o potencial da partilha de mobilidade, o que significa que se estão a abrir janelas e “o ar fresco está a entrar".
Durante o debate sobre ‘driving a connected future’, moderado pelo editor-chefe do jornal francês Les Echos, David Barroux, participaram como oradores três líderes da área dos transportes: José Viegas, o presidente da Renault-Nissan Alliance, Carlos Ghosn, e o cofundador e diretor executivo da BlaBlaCar, Nicolas Brusson.
Segundo o presidente da Renault-Nissan Alliance, Carlos Ghosn, “existe a necessidade de uma partilha maior do carro, a partilha de mais serviços, o desenvolvimento da conectividade do carro”, que irá fazer da viatura “um espaço móvel pessoal”.
“Tudo o que está relacionado com serviços de conexão será uma crescente parte do negócio” da Renault-Nissan Alliance, afirmou Carlos Ghosn, referindo que a criação de comunidades à volta de um carro em particular, com perfil social e localização geográfica, vai ser uma nova experiência da empresa.
Questionado sobre se tem receio do interesse que as novas startups ou empresas como a Google possam ter pelo conceito de “novo carro”, o presidente da Renault-Nissan Alliance respondeu: “Creio haver espaço para todos nós”.
Já o cofundador e diretor executivo da BlaBlaCar, Nicolas Brusson, defendeu que “o desenvolvimento de novas tecnologias, geolocalização e melhoramento das redes sociais” vai permitir melhorar os serviços de mobilidade, nomeadamente o de viagens partilhadas.
A Web Summit de Lisboa, que arrancou na segunda-feira, conta com mais de 53.000 participantes, de 166 países, incluindo 15.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.
Entre os oradores, estarão os fundadores e presidentes executivos das maiores empresas de tecnologia, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.
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