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Um dos maiores nomes do pop brasileiro da atualidade, Luísa Sonza atravessa o Atlântico para apresentar um espetáculo que reflete o seu momento mais livre e maduro. Sem se prender a um álbum específico, a cantora vai misturar os seus grandes sucessos com covers e até inéditos do próximo disco. É um concerto que, nas suas palavras, “pertence a tudo e a nada”, e onde cada arranjo, cada coreografia e cada gesto ganham uma nova força.
Com o aclamado Escândalo Íntimo, que conta com colaborações de artistas como Demi Lovato e Caetano Veloso , ainda a ecoar, Luísa Sonza mostra-se mais confiante e criativa do que nunca.
À conversa com o 24notícias, a artista fala sobre a criação deste novo espetáculo, as diferenças de energia com o público português e o lugar da vulnerabilidade na sua arte — com a mesma franqueza e intensidade que a tornaram uma das vozes mais reconhecidas desta geração da música brasileira.
O que é que o público português pode esperar destes novos dois espetáculos?
São shows muito especiais porque esta é uma tournée muito pequena, que eu vou fazer em poucos lugares e que está muito especial. Estreou no The Town e são alguns shows que vão ter essa "entre-era", onde eu posso fazer um show sem estar presa a um álbum. Claro, cantando sucessos de todos os álbuns, porém com algo único.
Eu estou muito ansiosa, estou doida para fazer esses shows porque estão muito lindos. As coreografias estão mais rebuscadas, a gente fez toda uma redireção de arte, uma redireção musical de todo o show, de todos os arranjos das músicas.
Para mim, é um dos melhores shows que eu já fiz e poder levar para Portugal, atravessar o oceano e ter a oportunidade de fazer, nesse curto período, um show tão longe é muito gostoso.
Vou poder levar para os fãs portugueses algo especial, porque é algo que eu não vou fazer no país inteiro. Não vou fazer por um longo período como eu faço quando eu estou com um álbum.
Este é um momento em que a gente está se divertindo bastante, não só eu, mas acho que a equipe toda. É sem pressão, estou fazendo covers também, enfim, é muito legal.
E uma vez que esta mini tour junta vários projetos e todos eles têm conceitos muito diferentes e exploram emoções muito diferentes, como é pegar nestes projetos e transformá-los num concerto ao vivo?
É uma loucura. A gente fica maluco para criar esse show.
Como você disse, é uma tour que engloba tudo, mas que não pertence a nada, então a gente tem que criar um conceito novo dentro de outros conceitos que existem, e eu acho que esse desafio é o que é mais difícil, mas o que deixa também mais especial.
Conseguir misturar todas essas eras, todos esses anos de carreira numa outra coisa com arranjos totalmente diferentes, mas mantendo a essência de cada música, de cada álbum, de cada momento especial, assim do show é muito legal.
A gente muda muitas vezes o setlist, e discute para achar um melhor caminho. Diferente de quando estamos num festival, onde existe um line-up e um tempo definido de 60 minutos, no show a gente já vai poder conversar mais.
Existe algum momento nesta nova setlist que seja especial para si?
Nossa, tem muitos momentos muito especiais, porque a gente colocou, não só minhas músicas, mas covers também. Eu canto "Folhetim", que é a inspiração de "Chico", eu canto "Barquinho", eu canto um pedaço de uma música nova do próximo álbum que aí vem.
Eu fico ansiosa para o que aí vem e não por ainda não poder mostrar, mas ao mesmo tempo poder dar um gostinho é muito divertido.
Olhando para esse futuro e voltando ao "Escândalo Íntimo", qual foi a maior aprendizagem que conseguiu retirar do processo criativo do último álbum para agora?
Fora todo o crescimento pessoal, que eu acho que me ajuda muito, fazer música e cantar é uma válvula, não só de escape, mas é também o meu ar. É a minha forma de viver.
Eu faço isso desde que eu me conheço por gente. Profissionalmente, desde os 7 anos, eu comecei em bandas de casamento. Acho que muita gente nem sabe disso, mas eu faço isso desde sempre. Eu não sei ser outra coisa.
Então, fora este crescimento pessoal e profissional, acho que eu alcancei muita maturidade artística, musical, como produtora, como compositora. E, eu acho que nesse próximo álbum, que eu não posso falar muito, isso vai aparecer bastante, mas isso é uma conversa para depois.
Mas eu acho que já aparece bastante nesse show novo, acho que é um show muito mais marcado, muito mais maduro. Acho que a minha forma de estar no palco já é uma Luísa mais para lá do que para cá, vamos dizer assim.
O que mais marca os fãs de Portugal?
A gente vem pra Portugal pensando assim, "Ah, português, né? A gente entende" e na primeira vez, a galera começava a falar da plateia e eu não entendia nada do que estavam falando. Eu ficava desesperada.
Duas coisas que me marcaram muito foi a galera pedindo "Penhasco" com o sotaque de Portugal e eu não conseguia entender. Eu ficava assim, "O que está acontecendo? O que é, gente? O que foi? O som está ruim?". Obviamente, a gente já começa a ficar preocupado, né? E aí, um fã falou assim "Penhasco, penhasco. A música, canta Penhasco". Gente, vocês me assustaram.
E outra coisa também que me marcou muito foi a primeira vez que eu escutei "Essa merda que é boa". A primeira vez que eu escutei isso eu também fiquei muito assustada. Eu falei assim, "Gente, mas o quê? Vocês não estão gostando? O que está acontecendo?" E aí também, da plateia, os fãs me explicavam, "Não, é uma coisa boa. É uma coisa que a gente fala". Se eu não me engano, acho que até dei o microfone pra ele me explicar.
Obviamente, hoje já tenho uma familiaridade muito grande com o público. Já entendo tudo. Mas é óbvio, a gente vai para um outro país e a gente está preocupado também em entregar o nosso melhor. Então, eu acho que essa barreira de sotaque, para mim, foi muito engraçada.
Hoje eu me sinto super à vontade com o público. Consigo entender tudo, não tenho dificuldade nenhuma de entender o sotaque ou tudo mais. É muito legal essa evolução da troca com o público e da troca com o fã português de hoje.
Hoje já chamo muitos fãs pelo nome. É muito legal que do outro lado do oceano a gente tenha uma conexão tão legal.
Se pudesse descrever esta mini era numa palavra, qual é que seria?
Chique. Muito despretensiosa, porém chique.
Em projetos com tanta vulnerabilidade, com uma mistura de emoções tão grande, como é para um artista pegar em todos estes sentimentos e transformá-los em música?
Eu acho que é a saída do artista, né? Eu, pelo menos, sou uma pessoa, que já não é novidade para ninguém, extremamente intensa. Eu acho que se eu não fosse artista não ia dar conta de estar viva, porque eu acho que eu sou extremamente intensa e vulnerável em tudo.
Acho que em todas as facetas das possíveis emoções e do prazer da vida humana, eu tenho essa intensidade muito grande. A forma que eu encontro de colocar isso para fora é por meio da música, da arte e no palco. Eu, na vida real, a Luísa normal é muito fechada. Eu sou tímida, sou quieta, não saio de casa de jeito nenhum. E aí no palco, amor, nada me para. Eu não tenho timidez de nada. Eu sou muito livre de todas as maneiras. Então, acho que isso é a minha forma de viver mesmo.
Parece que quando eu estou vivendo a minha vida, sem estar no palco, ou sem estar fazendo música, ou sem estar escrevendo ou cantando, eu estou esperando para viver.
Eu sinto que fora, eu não vivo plenamente como eu vivo no palco.
*O 24notícias manteve as respostas originais de Luísa Sonza em português do Brasil*
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