Rute Sousa Vasco, jornalista e publisher da MadreMedia. Iniciou o percurso como jornalista no jornal Público, foi editora da Revista Exame, diretora da Revista Ganhar do Jornal de Negócios e diretora de conteúdos do Portal SAPO. É co-autora e produtora do programa The Next Big Idea em exibição na SIC Notícias desde 2012. Escreveu dois livros, “A sorte dá muito trabalho" (2012) e “Banco bom, banco mau” (2014).
Primeiro interessou-se por economia, depois por economia do desenvolvimento e em especial pela ajuda internacional e a sua eficiência. Foi por causa disso que Julia Cagé esbarrou nos media.
Hillary ganhou. A experiência de Hillary ganhou. Trump não foi presidenciável, nem procurou sê-lo. Provavelmente a América que gosta de um e de outro continuou a gostar. E a que não gosta dos dois, percebeu que está mesmo sem saída.
Há um rio, que é o mesmo, mas que os separa. Os que vão à Bela Vista e os que vão à Amora. Dizer de um ou de outro que, de alguma forma, podiam ser uma espécie de Festa do Avante! da burguesia ou de Rock in Rio do proletariado é, provavelmente, uma enorme ofensa para qualquer uma das partes. Com as
Quando as empresas encontram a forma mais eficaz de pagar menos impostos, os legalistas dizem que se trata apenas de planeamento fiscal. E para muitos, é quanto baste. Mas o caso Apple/Irlanda versus Comissão Europeia é bem mais que uma discussão legal. É política, é moral, é global e um iPhone não
[Este artigo começa com um longo e pausado suspiro. É uma espécie de reflexo pavloviano que ocorre quando persistências obtusas persistem.] Vamos lá então falar das mulheres.
Sultões há muitos - são como reis. Mas só existe um Califa, o sucessor legítimo de Maomé, equivalente ao Papa dos cristãos. Durante séculos disputou-se quem teria direito ao título, com vários pretendentes lutando entre si, até à formação do Império Otomano, cujo sultão a partir de 1517 passou a usa
O que fica a saber do mundo, sobretudo em momentos de grande tensão, um leitor que lê informação nos sites e nas redes sociais? No conforto preguiçoso do seu sofá, ou no espaço higienizado do seu escritório, que informação é dada naquele fuso que se tornou obrigatório nas notícias – o "agora"? O que
Há semanas em que todos aqueles que escrevem sobre o que se passa no mundo não evitam o que, em regra, tentam evitar. Ou seja, escrever sobre as mesmas coisas que outros já escreveram. Quem publica à sexta-feira, depois de uma semana intensa de acontecimentos (Nice, Turquia, Convenção Republicana, p
Não, não é um engano. A frase-talismã da selecção portuguesa virada do avesso é perfeita para retratar aquilo a que estamos a assistir por estes dias na Europa das nações. A sucessão de declarações infelizes, a falta de vontade para o consenso, as velhas intrigas e rivalidades postas a nu. Começa as
Aconteceram várias coisas naquele ano. O FC Porto foi campeão da Europa de futebol pela primeira vez. O Nelson Piquet foi tricampeão na Fórmula 1. A 24 de Junho, exactamente no dia que hoje se assinala, nasceu Lionel Messi. Também foi o ano em que Carlos Drummond de Andrade nos deixou. E, segundo a
Só mesmo os desatentos podem pensar que afinal está tudo na mesma. Nesta segunda-feira, dia 13 de junho, Espanha assistiu ao debate entre os quatro principais candidatos às eleições de 26 de junho. Rajoy, Sánchez, Rivera e Iglesias. Um debate que contou com uma audiência de 10 milhões de pessoas e q
Na semana que hoje termina, duas entrevistas merecem uma leitura atenta. Ambas falam de Portugal e dos portugueses, ambas trazem uma visão do que somos não encapsulada no que fica bem a toda a gente dizer que somos. Os entrevistados são de áreas políticas bastante diferentes e têm uma visão do mundo
Os adolescentes são a verdadeira medida do mundo nos dias que correm. Andam (alguns) adultos tão distraídos que lhes escapam os verdadeiros fenómenos contemporâneos. É possível que estes adultos não saibam quem é Candace Payne e isso só prova que estão mesmo distraídos.
A memória dos 500 anos de colonização portuguesa é preciosa numa semana em que João Salgueiro comparou a actual situação da banca em Portugal às ex-colónias. João Salgueiro, 81 anos, além de um economista reputado, foi Ministro de Estado e das Finanças, vice-governador do Banco de Portugal e preside
Só ontem encarei o mais recente livro de Rebecca Solnit publicado em Portugal, intitulado "Os homens explicam-me coisas". Além de um título capaz de fazer revirar os olhos a muitos, o que é sempre de saudar, a contracapa conta com um excerto imperdível. "Solnit começa por contar um episódio cómico,
O futebol é feito de mitos e de heróis, não necessariamente por esta ordem. Também é verdade noutros desportos, seja no SuperBowl, na fórmula 1 ou no ténis, mas a popularidade do futebol faz com que o poder de uma boa história seja elevado à máxima potência. E na grande história dos mitos e heróis d
Um dos argumentos que sempre me tirou do sério naqueles tempos em discutíamos a troika e que Portugal não era a Grécia residia, precisamente, na certeza acintosa e moralista com que esta frase era dita. Portugal não era a Grécia, porque a Grécia estava (e está) cheia de gregos e os gregos são aquele
Antes do Twitter e mesmo no princípio do Facebook, o programa de jornalismo com mais pergaminhos na América levou para o ar uma reportagem sobre o passado militar de George W. Bush. O programa chamava-se 60 Minutes, era então conduzido por Dan Rather e a reportagem foi emitida nas vésperas das eleiç
Era uma vez um banco muito, muito mau, um banco tão mau, tão mau, que, na realidade, era um banco péssimo. Depois veio um Estado, tão comprometido, tão comprometido, que, na realidade, era um Estado incapaz. E depois chegaram os cavaleiros da resolução que em três tempos decidiram que o Estado incap
Não tens opinião? Não és ferozmente contra o livro de Henrique Raposo sobre o Alentejo ou inequivocamente a favor do fim dos happy meals para o menino e para a menina? Não tens opinião? Não achas abominável o fim dos exames de aferição ou inominável o processo de reversão da privatização da TAP? Não
Há temas que podemos apostar, logo quando surgem, que rapidamente vão fazer parte da galeria dos debates fracturantes da nação. O encerramento de salas de espectáculo ou lugares com história ou histórias é garantidamente um deles. Na sua crónica no Observador, Helena Matos chama-lhes ‘espaços mítico