Em declarações aos jornalistas na estação de Santa Apolónia, em Lisboa, José Manuel Oliveira estimou que a greve no setor ferroviário seja superior a 90% e que no setor rodoviário se aproxime desse valor também.
O coordenador da Fectrans lamentou que esta greve tenha de se fazer face “à intransigência da administração da IP”, salientando que a proposta que lhes foi apresentada no sábado apontava para “um aumento salarial inferior a dois euros mensais no caso de alguns trabalhadores".
“Não faz sentido que haja um acordo aqui relativamente à IP diferente daquele que foi conseguido na CP, onde houve um aumento intercalar de salários até estar terminada a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho”, disse.
José Manuel Oliveira sublinhou que no caso dos trabalhadores da IP há realidades muito diversas, o que fará com que o processo de negociação se prolongue por muito tempo, e por isso defendem um aumento intercalar.
Os trabalhadores da IP fazem hoje uma greve para reclamar aumentos salariais de cerca de 4%, que garantam no mínimo 40 euros a cada trabalhador, prevendo-se "fortes perturbações e supressões" na circulação de comboios.
Os serviços mínimos definidos preveem 25% da circulação em Lisboa e no Porto, em horário normal e nos serviços Alfa, Intercidades e Internacionais, bem como no comboio da Ponte 25 de Abril (Fertagus).
Segundo a CP – Comboios de Portugal, num dia normal teriam circulado, entre as 00:00 e as 10:00, 463 comboios, mas hoje realizaram-se 137, ou seja, foram suprimidos 326.
Dos serviços mínimos decretados (25%), efetuaram-se até essa hora cinco comboios, referiu a mesma fonte.
Na Fertagus, que faz a ligação ferroviária na Ponte 25 de Abril, entre Lisboa e Almada, entre as 00:00 e as 09:39 circularam 16 dos 45 comboios habituais.
O próximo comboio na ponte só vai circular às 14:58.
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