"Neste último dia de greve parcial – 6.ª feira, 12 de novembro –, verificou-se, no período da manhã, uma adesão à greve de 71% por parte dos trabalhadores operacionais marítimos e dos trabalhadores dos terminais e estações fluviais", escreveu fonte oficial da empresa numa nota enviada à agência Lusa.

Todas as ligações estavam retomadas às 09:40, quando a carreira entre Lisboa e a Trafaria recomeçou a funcionar, à hora a que estava previsto, segundo a mesma nota.

As outras ligações (entre Lisboa e Seixal, Cacilhas e Montijo) foram retomadas mais cedo, entre as 09:15 e as 09:30, numa antecipação de cerca de uma hora e meia "face ao anunciado", disse a empresa.

Os trabalhadores da Transtejo cumprem hoje o quinto e último dia de greve parcial, de três horas por turno, que abrange todas as categorias profissionais, por considerarem que as suas reivindicações têm sido ignoradas pela empresa e pelo Governo.

De acordo com a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), os trabalhadores “voltam à luta porque durante quase um ano a administração/Governo ignoraram as reivindicações dos trabalhadores e as soluções que lhes foram apresentadas”.

O sindicalista da FECTRANS Paulo Lopes explicou que o primeiro dia, na segunda-feira, foi dirigido aos mestres, o segundo dia aos maquinistas, o terceiro dia ao pessoal comercial e administrativo, o quarto dia aos marinheiros e manutenção e no quinto e último dia, hoje, “todos os trabalhadores da Transtejo estão em greve”.

As reivindicações dos trabalhadores são relativas a este ano, e “podem ser suportadas pelos orçamentos da empresa e do Estado”, pelo que a situação entretanto criada pelo chumbo da proposta orçamental de 2022 e marcação de eleições legislativas “não inviabiliza situações, basta haver vontade do Governo”, referiu o sindicato.

A greve parcial de hoje na Transtejo coincide com uma greve geral convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CHTP), em protesto contra a atualização salarial de 0,9% proposta pelo Governo.

Os trabalhadores da Transtejo, juntamente com os da Soflusa, fizeram várias greves parciais durante este ano, a última das quais em 21 de setembro, devido a falhas nas negociações salariais entre a administração da empresa e os sindicatos, tendo o Ministério do Ambiente reunido igualmente com os sindicatos na tentativa de desbloquear a situação.

A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.