Segundo a agência France-Press, foi hoje ouvida nova explosão em Cabul, informação também confirmada por um correspondente da BBC para o Afeganistão junto do ministério da Saúde afegão.

De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), um responsável da polícia afegã declarou que um ‘rocket’ atingiu um bairro a noroeste do aeroporto internacional de Cabul e provocou a morte de uma criança. A explosão, ouvida por jornalistas da agência de notícias AFP, foi desencadeada por um ‘rocket’ que, "segundo relatos iniciais, atingiram uma casa", disse um funcionário do Governo afegão deposto há duas semanas pelos talibãs.

Posteriormente, a agência EFE noticiou que até agora, "cinco civis, incluindo três crianças, morreram no incidente", disse um médico do hospital Khairkhana em Cabul, para onde as vítimas foram transferidas, e que pediu anonimato.

Ao mesmo tempo, a Associated Press confirmou junto de oficiais norte-americanos que os EUA levaram a cabo um ataque aéreo levado impedir militantes do ISIS-K de cometer um atentado suicida junto do aeroporto da cidade.

Bill Urban, porta-voz do Comando Central das tropas norte-americanas, afirmou que o ataque com o drone foi uma ação de “autodefesa” e disse desconhecer, até ao momento, a ocorrência de qualquer vítima civil.

Antes, numa mensagem enviada a jornalistas, um porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, afirmou que o ataque ao veículo com explosivos ocorreu no sábado, não tendo adiantado mais pormenores.

“Estamos confiantes de que atingimos o alvo com sucesso”, disse Urban, adiantando que a ocorrência de explosões secundárias significativas a partir do veículo indicam que transportava “uma quantidade substancial de material explosivo”.

Este foi um novo ataque com ‘drones’ dirigido pelas forças norte-americanas depois do atentado bombista ao aeroporto de Cabul da passada quinta-feira, que fez 170 mortos e mais de uma centena de feridos.

Não foi confirmado ainda se ambos incidentes estão relacionados .

Esta explosão ocorre três dias depois de um atentado no aeroporto de Cabul, reivindicado pelo Estado Islâmico de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês) e que matou mais de 170 pessoas, entre as quais 13 soldados norte-americanos.

Este ataque, reivindicado pelo Estado Islâmico, desencadeou um ataque de retaliação dos militares dos Estados Unidos.

Dois “alvos importantes” do Estado Islâmico foram mortos, e um outro ficou ferido num ataque hoje com ‘drones’ levado a cabo pelos Estados Unidos no Afeganistão.

“Eu disse que iríamos apanhar o grupo responsável pelo ataque às nossas tropas e civis inocentes em Cabul e foi o que fizemos”, disse Joe Biden num comunicado depois de se reunir com seus conselheiros militares e de segurança.

“Este ataque não foi o último. Continuaremos a localizar qualquer pessoa envolvida neste ataque hediondo e fazê-la pagar”, acrescentou.

No rescaldo deste ataque do ISIS-K, Biden, que planeia retirar as suas tropas do país em 31 de agosto, alertou ontem à noite que um novo ataque iminente era "muito provável" entre as próximas 24 a 36 horas.

“A situação no local continua extremamente perigosa e a ameaça de um ataque terrorista no aeroporto é muito grande”, escreveu Joe Biden no mesmo comunicado.