Por isso, a Europa vai falhar a meta que tinha definido para este ano para as suas águas marinhas em relação a contaminantes, eutrofização (excesso de algas e perda de oxigénio para a fauna), espécies invasoras, pesca comercial e lixo marinho.
Num relatório divulgado hoje, a agência aponta que os efeitos mais intensos se fazem sentir nas zonas costeiras do Mar do Norte, no Báltico, no Adriático e no Mediterrâneo ocidental.
A agência nota que o crescimento da economia marinha europeia está a fazer aumentar a competição por espaço e recursos e defende que a atividade humana nos oceanos e em terra não pode continuar a destruir os ecossistemas marinhos.
Entre os problemas identificados estão a extração recursos vivos e não só, poluição das águas com nutrientes, produtos químicos, ruído e lixo subaquático, perturbações dos leitos marinhos, introdução de espécies estranhas, aquecimento, acidificação e perda de oxigénio da água, que têm efeitos combinados.
Quanto mais perto da costa, mais estes impactos se sentem, destaca a agência, o que se justifica pelas atividades em terra.
Os peixes e mamíferos marinhos são quem mais sofre com estes impactos, que se manifestam quer em águas profundas quer nas superficiais.
Mesmo as espécies cujo habitat é mais longe da costa sofrem com os impactos nas águas menos profundas: as tartarugas marinhas têm que vir a terra pôr os ovos, as baleias alimentam as crias junto à costa e as aves marinhas usam as falésias e as zonas húmidas costeiras para nidificar.
Entre as soluções já disponíveis para enfrentar estes problemas estão medidas de proteção como encerramentos temporários de determinadas áreas ou designação de áreas de exclusão que não podem ser exploradas.
“Isto requer mudanças profundas na maneira como se utilizam os mares europeus”, defende a agência, reconhecendo que será preciso “um nível sem precedentes de adaptação socioeconómica e responsabilização, incluindo ao nível individual”.
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