A cerimónia decorreu na Reitoria da UMa, no Colégio dos Jesuítas, e teve a presença das mais altas entidades civis, militares e religiosas, entre as quais o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o Representante da República, Ireneu Barreto, entre outros.
"Há um suicídio simultaneamente político, económico e social e, sobretudo, de identidade quando se desiste de lutar pela autonomia política a que todos e cada um dos madeirenses têm direito, autonomia que nos é indispensável e inadiável como de pão para a boca, suicídio quando se calam as exigências legítimas ante o Estado central", disse, na sua intervenção, o novo doutor da UMA, apadrinhado pelo primeiro reitor da instituição, Castanheiro da Costa, que o considerou o "autor da fase heróica da autonomia".
Alberto João Jardim disse ter, contudo, a "certeza" que a "formação e a educação que a UMa prosseguirá (...) acabará por concretizar as mudanças de mentalidade pretendidas com a sua criação".
O reitor da UMA, José Carmo, salientou, por seu lado, o papel de Alberto João Jardim enquanto presidente do Governo Regional na criação daquela instituição.
"Foi o principal autor da sua criação", observou.
José Carmo defendeu maior apoio por parte do Estado às instituições públicas de Ensino Superior, sobretudo as de menor dimensão, tendo manifestado as suas preocupações pelos sinais de diminuição "não nominal, mas real do Orçamento das instituições de Ensino Superior em 2019".
"A UMa devia ser alvo de uma discriminação positiva por parte do Estado que lhe permitisse dispor de uma quadro de docentes e de pessoal não docente suficiente para o seu desenvolvimento, bem como de verbas para apoiar a manutenção das suas infraestruturas", defendeu.
Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim, nascido a 04 de fevereiro de 1943 na cidade do Funchal, tem 75 anos de idade, é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e, tendo passado pela carreira de professor e de jornalista, foi, entre 17 de março de 1978 e 20 de abril de 2015, presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira, eleito pelo Partido Social Democrata (PSD) do qual foi co-fundador e líder regional entre 1976 e 2015.
Ao cumprir, a 10 de junho de 2014, 13.310 dias de governação, Alberto João Jardim tornou-se no político português com mais tempo de exercício desde 1910, ultrapassando Oliveira Salazar.
Na altura [10 de junho de 2014], Alberto João Jardim atingiu, então, 36 anos e 85 dias, ultrapassando, em mais um dia, o fundador do Estado Novo que esteve no poder entre 05 de julho de 1932 e 27 de setembro de 1968.
O novo doutorado exerceu também funções em instituições europeias ligadas às regiões.
Este é o quinto Doutoramento Honoris Causa atribuído pela UMA nos 30 anos da sua existência.
O primeiro Doutoramento Honoris Causa foi atribuído emm 1995 ao biólogo e antigo diretor do Museu de História Natural do Funchal, Günther E. Maul, seguindo-se-lhe, em 2011, juntamente com outras onze universidades portuguesas, ao reitor da Universidade de Macau, Professor Doutor Wei Zhao; em 2013, ao Professor Ludwig Streit, antigo Diretor do Centro de Ciências Matemáticas da Universidade da Madeira, aquando dos 25 anos da UMa, e, em 2017, ao antigo Presidente da República de Timor Leste, Xanana Gusmão.
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