No decorrer da visita que realiza amanhã, 13 de dezembro, ao Mali, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, reúne-se durante a manhã com os nove militares integrados numa missão de treino da União Europeia naquele país africano (EUTM) e à noite participa num jantar de Natal com os 66 militares destacados na Missão Integrada Multidimensional de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA).

Os 66 militares portugueses na MINUSMA são na sua grande maioria da Força Aérea (alguns outros são para-quedistas, do Exército). O corpo principal da força portuguesa (composto por cerca de 30 homens) chegou ao Mali em novembro.

A missão portuguesa no Mali tem a duração de seis meses e visa substituir a Força Aérea da Noruega em operações de transporte aéreo logístico de mercadorias, com o objetivo de cobrir todo o país.

Além dos cerca de 60 militares - que serão sucessivamente rendidos - a missão portuguesa inclui um avião C-130H, da Esquadra 501 - "Bisontes".

Em entrevista ao SAPO24, o ministro Azeredo Lopes destacou o envolvimento das forças militares portuguesas nas missões internacionais."Portugal tem um crédito muito elevado, tem prestígio e tem pessoas competentíssimas. Esse aspecto é uma mais-valia. É bom que possamos dizer que os nossos paraquedistas foram os melhores soldados no Afeganistão. Na República Centro-Africana, onde em breve se iniciará uma missão efectiva com a presença de 160 homens, era ver as reacções das Nações Unidas", afirmou.

No decorrer da visita ao Mali, o ministro tem ainda previstos encontros oficiais com os comandantes das Missões da UE e da MINUSMA, bem como uma reunião - ainda por confirmar - com o homólogo maliano, Abdoulaye Idrissa Maïga. Maiga foi nomeado para o lugar de Tieman Hubert Coulibaly, demitido em setembro quando militantes islamitas tomaram a aldeia de Boni, no centro do Mali.

A MINUSMA tornou-se a missão de estabilização da ONU que mais baixas sofreu entre militares desde o conflito na Somália (entre 1993 e 1995), com mais de 70 capacetes azuis mortos em três anos.

A intervenção militar internacional, iniciada em janeiro de 2013, expulsou vários grupos de combatentes islamitas dos principais centros urbanos, mas grandes partes do Mali continuam fora do controlo das forças da ONU ou do governo.

No início do ano passado, estes grupos recomeçaram a fazer ataques no centro do país, bem como no norte, onde a instabilidade predomina há muitos anos.