Na Europa existe um rácio mais positivo, relativamente a outros continentes, entre manifestações e desenvolvimentos positivos no que toca à islamofobia, divulga o relatório da Organização de Cooperação Islâmica.
O maior número de incidentes podem ser atribuídos a "movimentos políticos de extrema-direita" em países como França, Alemanha e Suécia, onde os "sentimentos anti-imigração se costumam manifestar através da islamofobia".
No contexto europeu, as manifestações são predominantemente discriminatórias com o discurso de ódio online a destacar-se, sendo as plataformas digitais as transmissoras significativas do sentimento anti-islâmico. Os protestos relacionados com políticas também representam uma parte substancial dos casos europeus, refletindo as tensões contínuas em torno da imigração, integração e expressão religiosa que se tornaram politizadas em muitos países europeus.
Mesmo assim, a maioria dos países europeus apresenta relatos "esporádicos e relativamente baixos de incidentes", refletindo a complexa realidade da islamofobia em todo o continente.
Os incidentes em França provavelmente estão relacionados com as controvérsias em torno das leis de secularismo que afetam a expressão religiosa muçulmana, incluindo o uso de hijab e certos tipos de restrições ao vestuário. Na Bélgica, as ações estão mais relacionadas com debates legislativos semelhantes aos franceses e às políticas de vigilância de mesquitas, enquanto os incidentes em Espanha estão correlacionados com movimentos políticos regionais que têm adotado cada vez mais plataformas anti-islâmicas.
A natureza variada destes relatos em toda a Europa demonstra como a islamofobia se manifesta de maneira diferente com base na história, nos padrões de imigração e no clima político específico de cada país.
Em Portugal, mais recentemente, uma proposta do Chega foi aprovada com o apoio do PSD, Iniciativa Liberal e CDS, um projeto de lei que proibe a circulação em espaços públicos “com vestuário ou acessórios que impeçam a identificação do rosto”, referindo-se, entre outros exemplos, à burca e ao niqab usadas por algumas mulheres muçulmanas.
Os avanços positivos na Europa mostram a "robustez das organizações da sociedade civil, assim como as proteções legais contra a discriminação e as iniciativas inter-religiosas crescentes que combatem narrativas e políticas islamofóbicas". Essas forças que contrabalançam sugerem que, embora a "islamofobia continue prevalecente, a Europa desenvolveu respostas institucionais mais eficazes para combatê-la".
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