“Considerando a entrevista concedida no dia 8 de setembro, por um antigo vereador da CML [Fernando Nunes da Silva] a um órgão de comunicação social [semanário Sol] onde são referenciadas, para além de dúvidas de caráter e insinuações políticas, acusações que podem ser consideradas como ilícitos por parte de um senhor vereador” da Câmara Municipal de Lisboa (CML), o grupo municipal do PSD pede que a Assembleia exorte a autarquia “a abrir uma sindicância aos serviços tutelados pelo vereador Manuel Salgado”.
Os sociais-democratas pedem ainda que seja solicitado à Procuradoria-Geral da República que “mantenha a AML informada do resultado das diligências referenciadas na supracitada entrevista”.
O deputado municipal independente Rui Costa, que saiu do Bloco de Esquerda (BE) no início do mês, também apresentou uma proposta na qual pede que a AML “encarregue a 3.ª comissão permanente [Comissão de Ordenamento do Território, Urbanismo, Reabilitação Urbana e Obras Municipais] de produzir um relatório, a submeter à apreciação do plenário, acompanhado de eventuais propostas, relativamente à atuação” do vereador Manuel Salgado e dos serviços que tutela.
Além disso, Rui Costa propõe que o grupo de trabalho proceda à audição do antigo vereador da Câmara Municipal de Lisboa Nunes da Silva, bem como do atual vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.
Por seu turno, o grupo municipal do BE, partido que tem um acordo de governação do município com o PS, entregou uma proposta a solicitar à presidente da AML, Helena Roseta, que encarregue aquela comissão de elaborar um relatório “sobre três casos concretos” que os bloquistas acham que “têm de ser esclarecidos”, explicou à Lusa o deputado Ricardo Moreira.
“A nossa ideia não é fazer um levantamento geral. A nossa ideia é sempre que existam dúvidas sobre qualquer questão, então elas devem ser esclarecidas. Sobre os temas que interessam e não tanto sobre o "diz que disse" entre vereadores da maioria ou da antiga maioria”, vincou.
Segundo o documento, ao qual a Lusa teve acesso, os deputados do BE na AML pedem esclarecimentos sobre a Torre de Picoas, que “esteve envolta em polémicas desde o início”, sobre “a aprovação da expansão do Hospital da Luz”, que “resultou na perda do [na altura] mais recente e mais bem equipado quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros da cidade”, bem como sobre a “alienação da parcela de terreno conhecida como ‘Triângulo Dourado’, em Alcântara, ao Grupo Mello Saúde”.
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