Armando Baltazar, presidente da ASP, explicou à Lusa que "na sexta-feira passada, no programa a Praça, pela primeira vez a RTP fez aquilo que a comunidade surda reclamava há anos, retirando o intérprete de linguagem gestual do quadradinho e colocando-a em croma, surgindo a imagem recortada no ecrã".
"Esta nova imagem, até por ser maior, permite que a linguagem gestual seja muito mais percetível à comunidade surda", explicou o dirigente, dando conta da "alegria da associação e dos surdos por esta inovação", entendendo-a como "mais uma vitória mas que, afinal, durou apenas dois dias".
A ASP contactou por email a RTP, tendo recebido como "única resposta que apesar do retorno à caixa iria manter-se a tradução".
"Não nos foi dito que estariam a fazer uma experiência", exprimiu Armando Baltazar, para quem os dois dias do intérprete na versão croma "veio na sequência do que há cerca de um mês a TVI 24 faz, com um intérprete recortado na apresentação das notícias".
Daniel Deusdado, diretor de programas da RTP, respondeu às críticas da associação lembrando serem o canal "que cumpre na íntegra com as normas da língua gestual e que faz muito mais horas do que está previsto na lei".
"Fizemos uma pequena experiência para perceber a flexibilidade do ponto de vista gráfico de ter ou não o tradutor de língua gestual em antena e que vai ser avaliada ao longo do tempo. A linguagem gestual manteve-se nos programas e assim continuará pois a RTP nunca falhou", sublinhou.
O responsável da RTP explicou que foi "vontade da equipa da Praça" fazer aquela experiência e respondeu à acusação da ASP, considerando ser "fácil para a TVI, que tem apenas um programa, fazê-lo".
"Nós temos dezenas de programas e quando tivermos de mudar, será em todos. Quando o fizermos teremos de ser mais transversais e isso requer maior disponibilidade de estúdios", respondeu em nome de uma "coerência gráfica que a RTP tem de ter".
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