Em declarações à agência Lusa no final do primeiro dia do 10.º Encontro Nacional das USF - Unidades de Saúde Familiar, que decorre em Gondomar, o presidente da USF-AN criticou o Governo por decisões que considera "contraditórias".
Lembrando que de acordo com "as cotas publicadas em janeiro, em 2018 podem abrir 25 USF 'modelo A' e 20 'modelo B'", João Rodrigues criticou o facto de as segundas "só poderem transitar em outubro" apesar de já "aprovadas pelo parecer técnico nacional".
O Ministério da Saúde publicou recentemente um estudo, com dados de 2015, a validar esta informação, "dizendo haver uma eficiência de 103 milhões de euros anuais se todo o país estivesse em USF 'modelo B'", enfatizou João Rodrigues.
Insistindo que as USF 'modelo B' "produzem mais qualidade nos cuidados e custos menores em termos de resultado final", o dirigente elencou as mais-valias destas unidades.
"Há menos internamentos evitáveis. Por exemplo, um utente diabético vigiado numa USF 'modelo B' é menos internado, pois é melhor controlado, sendo que estes doentes vão menos ao serviço de urgência. E um doente quando recorre ao serviço de urgência hospitalar está a disparar a despesa e também porque está mais doente", disse.
Dando conta que em 2018 abriram 10 USF 'modelo A', João Rodrigues revelou um questionário feito em janeiro pela associação "aos coordenadores das USF 'modelo A'", vincando que "91% deles responderam querer ir para o 'modelo B'".
Sobre os serviços de Avaliação Psicológica de Condutores e que dificuldades têm tido os médicos de família para passar atestados para cartas de condução, o presidente da USF-AN manteve o tom crítico, afirmando que "continua tudo na mesma".
Salientando que os "profissionais não estão preparados tecnicamente para fazer esse tipo de avaliação, desde logo, por falta de materiais", lembrou a "promessa deste Governo" de "criação de centros especializados" para garantir que "estão em banho-maria".
O primeiro de dois dias do 10.º Encontro Nacional das USF - Unidades de Saúde Familiar abriu com uma homenagem a António Arnaut, considerado o "pai" do Serviço Nacional de Saúde, que esta semana faleceu em Coimbra.
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