“Os últimos tempos têm trazido às associações cada vez mais testemunhos de pessoas com doença crónica, altamente vulneráveis e com pouca imunidade, que, pelas características das suas funções, não podem optar pelo teletrabalho (auxiliares de ação direta, empregados de supermercado, por exemplo), mas que poderiam beneficiar de medidas de flexibilização na prestação de trabalho, nomeadamente em termos de horários que lhes permitissem continuar na vida ativa, conciliando o trabalho com as especificidades da sua patologia”, realça a plataforma no documento enviado Marcelo Rebelo de Sousa e a António Costa.
Relativamente aos cuidadores informais, as associações sublinharam que “permanecem sem proteção social ou reconhecimento de qualquer espécie, e, em tempo de pandemia, viram-se forçados a faltar ao trabalho para ficar em casa a cuidar dos seus familiares, muitos dos quais utentes de centros de dia ou outros equipamentos sociais encerrados”.
As associações de doentes dizem que reconhecem “o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelas entidades governamentais e autoridades de saúde”, destacando “certas medidas excecionais já implementadas e que permitiram dar resposta a situações já existentes e que subsistirão depois da crise”.
Como exemplo, apontaram para o acesso de proximidade a medicamentos hospitalares, a possibilidade de renovação da prescrição de medicamentos para doentes crónicos, as medidas de flexibilização da prestação de trabalho ou ainda o recurso à telessaúde.
“Será necessário assegurar o acesso, em condições de segurança e de equidade, a todos os que ficaram para trás, vendo os seus diagnósticos adiados, as suas consultas, tratamentos, intervenções cirúrgicas canceladas ou adiadas e, inevitavelmente a sua saúde a degradar-se irreversivelmente”, assinalou a entidade que representa doentes crónicos, consumidores de cuidados de saúde, promotores e profissionais de saúde.
“É premente dar corpo à ‘Estratégia para a Retoma da Saúde de Todos’ juntando os recursos e a capacidade de todos os intervenientes do sistema: setor público, privado e social. As organizações de pessoas com doença estão na primeira linha desta tarefa”, rematou a Plataforma Saúde em Diálogo – Associação para a Promoção da Saúde e Proteção na Doença.
Portugal contabiliza 1.330 mortos associados à covid-19 em 30.788 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 14 mortos (+1%) e mais 165 casos de infeção (+0,5%).
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