Em declarações por telefone à agência Lusa, João Camargo, da Climáximo, coletivo de ativistas que lutam pela justiça climática, disse que os ativistas estão a bloquear a entrada na sede da Galp, com alguns deles a colados às portas de vidro do edifício.

“Houve um bloqueio que começou às 08:15 da manhã. A sede, a entrada principal está bloqueada com mais de 20 ativistas, sendo que vários se colaram nas portas da empresa. Neste momento chegou a polícia [cerca das 10:00]”, disse João Camargo.

O ativista da Climáximo sublinhou que o objetivo é “interromper a atividade regular e criminosa dentro desta empresa”.

“Queremos com esta ação tornar inequívoca a realidade de que empresas como a Galp e os seus lucros multimilionários são os responsáveis pelo aumento de custo de vida em Portugal e pelo caos climático. (…) Empresas como a Galp têm que ser travadas”, disse.

Segundo a Climáximo, os “lucros recorde da Galp de 420 milhões de euros no primeiro semestre estão diretamente relacionados com o aumento dos preços e da inflação”.

Para os ativistas, o “aumento do custo de vida dos povos nos países por todo o mundo é consequência de uma economia capitalista construída para ser viciada em combustíveis fósseis”.

De acordo com a Climáximo, “no meio desta crise energética e social, por cima da crise climática, os governos europeus estão a ceder à chantagem das petrolíferas e, em vez de acelerarem para acabar com os fósseis, continuam a subsidiar essa energia e a construir mais infraestruturas”.

João Camargo disse à Lusa que os ativistas não querem chegar à fala com responsáveis pela empresa.

“Temos de ser honestos. Não temos nada a falar com a Galp. Não queremos nenhuma interlocução com empresas que fazem pior para o presente e para o futuro”, concluiu.