O concurso para contratar 178 técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), e que abriu em abril deste ano, só tem 58 candidatos, revela esta sexta-feira o Jornal de Notícias.
Quando abriu, o INEM recebeu um total de 950 candidaturas, tendo sido admitidos apenas 428 candidatos, o número mais baixo de sempre.
O problema, segundo o JN, passa por uma mudança nas regras de admissão em que a avaliação curricular passou a ter em conta os últimos cinco anos de experiência, em vez dos últimos 10, ao contrário do que acontecia no passado.
"Há pessoas que nos concursos anteriores tiraram 16 e 18 na avaliação curricular e agora chumbaram", disse Rui Lázaro, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que questiona ainda a exigência das provas físicas, dizendo mesmo que "a ideia que dá é que o concurso foi desenhado para excluir muitos profissionais".
Outro dos motivos do reduzido número de candidaturas são os baixos salários. A remuneração base situa-se perto dos 750 euros e as horas extra, caso seja aprovado o Orçamento do Estado para 2022 tal como está, deixam de poder ultrapassar 60% da remuneração-base.
Se nos outros anos foi possível preencher todas as vagas a concurso e manter uma bolsa de recrutamento para ir compensando as saídas do INEM, desta vez nada indica que tal acontecerá.
Os técnicos de emergência pré-hospitalar estão hoje em greve e realizam uma concentração em frente às instalações do Instituto Nacional de Emergência Médica para exigir a revisão da carreira e melhores condições de trabalho.
Decretada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar, a greve começou as 00:00 e termina às 24:00, estando previstos os serviços mínimos.
Além da revisão da carreira e melhores condições de trabalho, os técnicos de emergência pré-hospitalar exigem também salários dignos e abertura de concursos para fixar profissionais.
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