"Projetamos que Angola saia da recessão, com o Produto Interno Bruto (PIB) real a crescer 1,2% em 2019 e 3,2% em 2020", lê-se no African Economic Outlook (Perspetivas Económicas Africanas), hoje apresentado em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim.

A recuperação será alicerçada "principalmente pela produção e exportação de diamantes, que deverá crescer 8,2%, agricultura (5%) e construção (2,1%)", dizem os analistas na parte do relatório especificamente dedicada a Angola, na qual admitem também que o regime cambial possa "acabar por eliminar a diferença entre as taxas de câmbio oficial e paralela".

Na análise aos principais indicadores macroeconómicos, os analistas do BAD lembram a ligação entre a descida do preço do petróleo, que "fez cair as receitas em mais de 50% entre 2014 e 2017", e o início da crise económica em Angola e alertam para o perigo da dívida.

"A dívida pública, maioritariamente externa, aumentou de 40,7% do PIB em 2014 para uns estimados 80,5% em 2018, levantando preocupações sobre a sua sustentabilidade", dizem.

No relatório, o BAD diz que Angola, apesar de ser "um país lusófono ensanduichado entre países anglófonos e francófonos, desempenha um papel vital na África Austral", sendo membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Comunidade dos Países da África Austral (SADC, na sigla em inglês), bem como um dos que assinou o acordo sobre a criação da Zona de Livre Comércio Africana (ZLEC ou ACFTA, na sigla em inglês).

Elogiando os "esforços para abrir as fronteiras", as novas leis de investimento privado e novos regulamentos que pretendem melhorar a governação e o ambiente económico, o BAD diz que a "alta dependência do petróleo continua a ser um dos principais riscos para a perspetiva de evolução económica" do país, até pela descida de 9% na produção petrolífera na primeira metade do ano passado quando comparada com os primeiros seis meses de 2017.

"A evolução da economia está também ligada à implementação de dois planos de médio prazo, o Programa de Estabilidade Macroeconómica e o Plano Nacional de Desenvolvimento", concluem os economistas do BAD no capítulo sobre Angola.

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