“António Costa teve um discurso monotemático num momento em que os desafios do país são variados”, afirmou o líder parlamentar bloquista num vídeo enviado às redações.

Pedro Filipe Soares defendeu que “esperava-se mais” de “um discurso que em princípio é marcante sobre o momento” que o país atravessa.

“Mas não teve uma palavra sobre os professores que faltam nas escolas, e como isso afeta as famílias, não houve uma única observação sobre as alterações climáticas e a resposta que os jovens exigem, não teve nenhuma abertura para o combate à precariedade laboral”, lamentou.

O dirigente do BE criticou também que “nem uma ideia para uma economia justa, capaz de criar mais riqueza e de a distribuir melhor para melhorar a vida de todas e de todos” e que “num ano marcado, por mais uma vez, fraudes milionárias”, o primeiro-ministro não tenha dirigido “nem uma única palavra sobre combate ao crime económico”.

Também ao nível da covid-19, “faltou uma palavra para justificar a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde ou do reforço de equipas e serviços de rastreio, tão essenciais neste momento pandémico”, considerou Pedro Filipe Soares.

Na sua tradicional mensagem de Natal, que disse ser este ano mais contida do ponto de vista político por se estar em período pré-eleitoral, o primeiro-ministro salientou hoje que a guerra contra a covid-19 ainda não acabou, considerou que é fundamental prosseguir o reforço vacinal em Portugal e elogiou o trabalho “inexcedível” dos profissionais de saúde e a resposta do SNS.

Na sua sétima mensagem de Natal desde que exerce as funções de primeiro-ministro, António Costa fez um rasgado elogio à forma como os profissionais de saúde têm estado empenhados no combate à covid-19.

A seguir, deixou avisos em relação à evolução da pandemia nos próximos meses.

“A vacina provou ser a arma mais eficaz no combate à pandemia, uma extraordinária vitória da ciência, mas a guerra ainda não acabou. Como sabemos, há milhões de seres humanos em todo o mundo que ainda não tiveram acesso à vacina e, enquanto assim for, o vírus continuará ativo e persistirá o risco de se transformar em novas variantes”, advertiu.

Por isso, para o líder do executivo, “é fundamental acelerar a vacinação à escala global e prosseguir o reforço vacinal em Portugal”.