Em declarações aos jornalistas no parlamento, a deputada do BE Mariana Mortágua afirmou que, com as três audições já realizadas, a comissão de inquérito “já fez a sua prova de vida” e que todos os episódios que foram conhecidos “mostram que o Governo do PS não esteve à altura da gestão da TAP”.
“A TAP não pode ficar refém de um privado que a canibaliza ou de um Governo que não está à altura da sua importância para o país. É importante que o primeiro-ministro assuma as suas responsabilidades porque nós vimos vários ministros a rodar ao longo deste processo, mas o primeiro-ministro sempre chamou a si a importância da TAP”, desafiou.
Para Mariana Mortágua, António Costa “agora tem a responsabilidade de explicar ao país como é que vai garantir que a TAP é gerida com a dignidade que merece”.
“O Governo do PS não esteve à altura da importância da TAP. Vemos isso de diferentes formas”, defendeu a bloquista, desde logo pela “informalidade com que a empresa era gerida” ou a demissão da CEO da TAP em conferência de imprensa tendo havido uma reunião anterior com o ministro das Finanças.
Na opinião da deputada do BE, a reunião entre o PS e a CEO da TAP na véspera da sua audição de janeiro também foi algo “obviamente excessivo”.
Sobre as outras “evidências que ressaltam” destas primeiras audições, a deputada do BE afirmou que “a gestão privada da TAP canibalizou a empresa utilizando os seus recursos em benefício próprio”, dando como exemplo um conjunto de informações que saíram da comissão de inquérito como o contrato de consultoria com o antigo CEO Fernando Pinto no valor de 1,6 milhões de euros.
A presidente executiva da TAP na noite de terça-feira que estava à espera de ser despedida, mas não por justa causa, após reunião com João Galamba na manhã da conferência de imprensa do anúncio da exoneração dos presidentes da companhia.
Christine Ourmières-Widener, que foi ouvida na terça-feira na comissão de inquérito à TAP, já tinha dito que tinha tido uma reunião com o ministro das Finanças na véspera da conferência de imprensa onde foi anunciada a exoneração com justa causa, mas que não sabia da decisão.
Após quase sete horas de audição, a gestora adiantou que teve também uma curta reunião de 10 ou 15 minutos com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, na manhã da conferência de imprensa, a pedido da presidente executiva da companhia aérea.
“Não sabia da justa causa, de todo, antes da conferência de imprensa. Estava apenas à espera de ser demitida”, disse Ourmières-Widener.
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