“A bienal deste ano correu muito bem, acima das expetativas. A bienal decorreu em duplo formato, presencial e, pela primeira vez, digital, que permitiu ao público a visita virtual ao evento, a partir de qualquer parte do mundo. Apesar de todos os condicionalismos causados pela pandemia de covid-19, esta edição foi um sucesso”, afirmou Fernando Nogueira.
Num balanço à agência Lusa, o presidente da Fundação da Bienal de Arte de Cerveira (FBAC) apontou “quase 30 mil visitantes presenciais só nos espaços expositivos de Vila Nova de Cerveira”.
“Neste número não estão contabilizados os visitantes dos polos descentralizados da bienal instalados nos concelhos de Viana do Castelo, Monção, Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, e em Alfândega da Fé, no distrito de Bragança. Esses números ainda não os temos”, especificou.
Segundo Fernando Nogueira, “no formato digital, através das redes sociais, a bienal contabiliza 70 mil visualizações e cerca de três mil participantes nas visitas virtuais”.
“No total, estamos a falar em mais de 100 mil visitantes. Para uma primeira edição neste duplo formato parece-nos um número muito animador e que nos deixa excelentes perspetivas para continuarmos a apostar neste modelo no futuro”, referiu.
Em 2018, a bienal mais antiga da Península Ibérica decorreu apenas em formato presencial e recebeu cem mil visitantes.
“Está praticamente assente, em termos de direção, que a próxima edição, em 2022, terá este formato. Esta pandemia veio mostrar que este é um caminho que temos de trilhar. É questão de nos organizarmos melhor, mantendo a forma presencial”, acrescentou.
Fernando Nogueira, que é também presidente da Câmara referiu que o recurso aos meios digitais “é uma aposta que a FBAC tem vindo a implementar nos últimos anos no âmbito da sua estratégia de internacionalização da bienal”.
A XXI Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, abriu portas em julho, apresentando mais de 350 obras criadas por 370 artistas de 38 países.
O programa da edição 2020, que se prolonga até final do mês, integra uma exposição do concurso internacional e artistas convidados, onze projetos curatoriais, intervenções artísticas, conferências, conversas e visitas guiadas, entre outras iniciativas.
Fernando Nogueira adiantou que a próxima edição vai começar a ser preparada em 2021, com a apresentação de “grandes exposições”.
Apontou, entre outros exemplos, uma exposição da obra de Helena Almeida que ocorrerá, entre abril e outubro, no fórum cultural de Cerveira, também com componente digital e a mostra “As mulheres artistas da Bienal”, no primeiro trimestre do próximo ano.
Segundo o responsável, “o orçamento da bienal ronda os 300 mil euros”.
Em outubro, a FBAC informou ter recebido mais de 58 mil euros do Programa de Estabilização Económica e Social do Governo, após exclusão do financiamento pela Direção-Geral das Artes para 2020/2021.
Em 2019, a candidatura da FBAC ao Programa de Apoio Sustentado 2020-2021 da Direção-Geral das Artes (DGArtes) foi uma das cinco consideradas elegíveis para apoio pelo júri, mas para as quais não houve financiamento disponível.
Segundo a FBAC os mais de 58 mil euros foram atribuídos “no âmbito do pedido formalizado à linha de apoio às entidades artísticas profissionais, operacionalizada pela DGARTES, que integra o Programa de Estabilização Económica e Social do Governo”.
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