A fatura do Banco Português de Negócios (BPN) continua a aumentar. O relatório do Tribunal de Contas (TdC) de 2015 mostra que, no ano passado, a despesa efetiva com a instituição bancária, intervencionada em 2008, foi de 590,8 milhões de euros, noticia esta terça-feira o Público

Se 590,8 milhões parece ser um valor exagerado, então somemos os valores todos. O BPN foi nacionalizado há 8 anos, mas a conta apenas começou a ter impacto em 2011. E desde esse período salta à vista um saldo negativo de 3237,5 milhões de euros. E não ficamos por aqui, a conta do banco comprado, em 2012, pelo BIC Portugal promete continuar a aumentar.

O saldo de 2015 é o pior registado desde 2012, chegando aos 966 milhões. No ano passado as despesas desceram (diminuíram 2,9% para 678 milhões), mas não tanto quanto as receitas, que tiveram uma queda ainda mais pronunciada, devido sobretudo à menor venda de ativos. Se em 2014 as receitas foram de 222,4 milhões de euros (o que contribuiu para minimizar o impacto das despesas), em 2015 recuaram para 87,5 milhões de euros.

Na análise ao relatório, o TdC refere que as sociedades-veículo criadas para gerir os ativos, considerados tóxicos, do BPN - a Parvalorem, a Parparticipadas e Parups -, “apresentavam capitais próprios negativos” e alerta que estes são encargos terão de ser suportados pelo Estado no futuro. 

Na altura em que o relatório do TdC foi terminado ainda não eram conhecidas das contas de 2015 destas três sociedades. Agora que os números já estão em cima da mesa, pode ver-se que as contas em causa mostram que os capitais próprios continuaram a deteriorar-se.

A Parparticipadas sofreu um prejuízo de 32,7 milhões em 2015 (um grande aumento, em comparação com os 5,3 milhões do ano anterior) e o capital próprio está agora negativo, em 124,3 milhões.

A Parups também piorou os seus resultados. Em 2014 tinha apresentado um resultado líquido negativo de 74,5 milhões, e em 2015 somou mais 7,6 milhões em prejuízos, ou seja, 82,1 milhões. O capital próprio negativo agravou-se para 875,5 milhões.

Já a Parvalorem, entidade que detém a responsabilidade de tentar recuperar créditos cedidos pelo BPN, sofreu perdas na ordem dos 275,7 milhões em 2015; ainda assim menores que em 2014, quando contabilizou um prejuízo de 307,8 milhões. Dos créditos geridos, e que no final do ano passado estavam contabilizados em 3345 milhões, 76% estão em incumprimento e dentro desta percentagem 63% não têm garantias reais. Os capitais próprios da empresa estão agora negativos em 3662 milhões de euros.

[Notícia atualizada às 13h41]

 

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