"Na sequência das notícias vindas a público sobre a alegada participação de um funcionário da Secretaria-Geral da Administração Interna num evento, nos Estados Unidos da América, financiado por uma empresa privada, a ministra da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna a abertura de um Inquérito com vista ao apuramento de todas as circunstâncias relativas a tal participação", indica uma nota do ministério dirigido por Constança Urbano de Sousa.

A ministra determinou igualmente que o inquérito da IGAI, que deverá estar concluído no prazo de 30 dias, seja alargado às viagens pagas por entidades privadas a funcionários de todos os serviços tutelados pelo Ministério da Administração Interna.

O Observador noticiou na segunda-feira que cinco funcionários do Estado, de estruturas que dependem dos Ministérios da Segurança Social, das Finanças, da Saúde e da Administração Interna viajaram para São Francisco, nos Estados Unidos, com estada na cidade entre 28 de setembro e 02 de outubro de 2014, a expensas do gigante tecnológico Oracle.

Na sequência disso, a Procuradoria-Geral da República revelou hoje que está a "recolher elementos” sobre este caso que envolve a Oracle e quadros do Estado.

O Ministério Público (MP) abriu já uma investigação relacionada com o pagamento a dirigentes do Ministério da Saúde de viagens e estada na China por uma empresa parceira da multinacional chinesa Huawei.

O semanário Expresso avançou no sábado que uma associada da multinacional chinesa (a operadora Nos) pagou os custos das viagens de avião e da estada na China a seis funcionários do Ministério da Saúde e das Finanças em 2015.

O caso levou o Ministério da Saúde a pedir a intervenção da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para averiguar os factos relacionados com o pagamento das viagens e estada àqueles funcionários do seu Ministério.

Também a Autoridade Tributária (AT) abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias que envolveram um funcionário daquele organismo.

A PGR abriu também um outro inquérito, a correr termos no DIAP de Lisboa, depois de notícias surgidas no final de julho que revelaram que deputados e responsáveis do poder local tinham viajado para a China a convite e a expensas da Huawei.