Os trabalhos do segundo dia da reunião magna do partido – intitulada “Agora, a esquerda” - tinham arranque marcado para as 09:30, sendo conhecidos os resultados da eleição para os órgãos nacionais, Mesa Nacional e Comissão de Direitos, assim como votadas as três moções de orientação política.

Fonte do partido adiantou à agência Lusa que a intervenção de Catarina Martins no encerramento da XI Convenção Nacional do BE "debruçar-se-á sobre o ciclo político que agora se inicia", ou seja, o último ano da atual legislatura e as duas eleições marcadas para 2019, europeias e legislativas.

Na entrevista desta semana à agência Lusa, a líder bloquista defendeu que "é preciso ter a clareza de dizer" para onde é que quer ir "depois deste percurso", no qual a esquerda fez um acordo "para parar o empobrecimento do país".

"Nós achamos que falta muito. Falta reequilibrar as relações laborais, porque a precariedade ainda é regra. Regras laborais mais fortes, um Estado social mais capaz, recuperar o universalismo do estado social", adiantou.

Entre os destaques do primeiro dia, esteve a proposta da Catarina Martins para que Marisa Matias volte a ser a cabeça de lista às eleições europeias de 2019.

Também durante o seu discurso de abertura, a líder criticou o PS considerando que "a política mudou porque o PS não teve maioria absoluta e porque cresceu a força da esquerda".

"Agora, o primeiro-ministro congratula-se com o aumento do salário mínimo e felicita-se com o descongelamento e aumentos extraordinários das pensões. Ainda bem. Ainda bem que houve força à esquerda para contrariar as medidas do Programa do PS que pretendiam precisamente o contrário", disse Catarina Martins.

Antes da sessão de encerramento, serão votadas as três moções de orientação política, reunindo a moção A, intitulada “Um Bloco mais forte para mudar o país”, as principais tendências bloquistas uma vez que tem como proponentes Catarina Martins, o líder da bancada parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, e a eurodeputada do partido, Marisa Matias.

No entanto, uma vez que a moção M entendeu não ter condições para apresentar uma lista à Mesa Nacional, órgão máximo entre convenções, os delegados poderão votar apenas nas listas dos textos de orientação política das moções A e C.

Na eleição dos 625 delegados, a moção afeta à atual direção conseguiu 523 delegados, enquanto a moção M, "Um Bloco que não se encosta", teve 47 delegados e a moção C, "Mais democracia, mais organização", um resultado que corresponde a 12 delegados.